odos os católicos, a partir do batismo, podem receber o escapulário de Nossa Senhora do Carmo, mas ele precisa ser devidamente benzido e imposto por um sacerdote ou diácono.
A imposição do escapulário costuma levantar várias perguntas e dúvidas entre os católicos. Algumas das mais frequentes, com suas devidas respostas, são as seguintes.
Sim. Antes do Concílio Vaticano II, era necessário que a imposição fosse feita por um sacerdote delegado pela Ordem dos Carmelitas ou por um sacerdote não carmelita que tivesse a devida aprovação eclesiástica, mas, atualmente, o ritual aprovado pela Congregação para o Culto Divino informa que “têm a faculdade de benzer o Escapulário os sacerdotes e os diáconos; além disso, outras pessoas autorizadas podem também fazer a sua imposição” (um caso, por exemplo, é o dos soldados em campo de batalha, que, se não dispuserem da presença de um sacerdote, podem realizar eles mesmos a imposição do escapulário).
Não: existe a bênção e existe a imposição, que são diferentes – e ambas são necessárias. O Rito de Bênção e Imposição do Escapulário de Nossa Senhora do Carmo, que apresentamos ao final deste artigo, já inclui as duas, conforme diz o próprio nome do rito. No entanto, depois que uma pessoa já recebeu a imposição conforme o rito aprovado, ela pode voltar a receber a bênção sem precisar voltar a receber a imposição. Isto ocorre, por exemplo, caso ela venha a perder o escapulário e passe a usar outro: não é necessário receber novamente a imposição, mas, se a pessoa desejar, poderá pedir que um sacerdote dê a bênção ao novo escapulário.
Não, não precisa. A imposição recebida uma vez vale para sempre, porque se aplica à pessoa e não ao escapulário em si. Aliás, receber a imposição do escapulário implica ser agregado à família carmelita. Por isso, caso o escapulário fique deteriorado ou seja perdido, basta substituí-lo por outro, não sendo necessário receber de novo a imposição se esta já tiver sido feita dentro das condições devidas.
Não. Segundo as normas do rito de imposição, durante a cerimônia “deve ser usado o Escapulário do Carmo na sua forma tradicional”. E que forma é essa? É a do escapulário feito de dois pedaços de tecido marrom (ou castanho), unidos por tiras, como uma veste que se usa ao pescoço – já que o escapulário é precisamente uma veste, originada do hábito carmelita. Somente depois da imposição é que o escapulário tradicional pode ser substituído por uma medalha apropriada, conforme autorização concedida em 1910 pelo Papa São Pio X. Embora não seja absolutamente necessário, é muito recomendável que o escapulário também possua uma imagem de Nossa Senhora. O mais tradicional, de fato, traz em um dos pedaços de pano a estampa de Nossa Senhora do Carmo, enquanto o outro pedaço de pano traz a do Sagrado Coração de Jesus ou o emblema da Ordem do Carmo.
Não, não é verdade. O escapulário não nos dispensa dos Sacramentos, que são os meios instituídos por Nosso Senhor como a via normal para a nossa santificação, nem nos dispensa de praticar as virtudes, que são necessárias para vivermos em graça. O escapulário não é nenhum “amuleto” que garanta o Céu para almas em pecado. Ele é um sacramental, ou seja, um objeto religioso de devoção que, usado corretamente segundo as formas aprovadas pela Igreja, nos ajuda a viver a conversão, a bem receber os Sacramentos e a perseverar na virtude e na graça. As promessas de salvação que o acompanham estão sujeitas, evidentemente, às retas disposições da pessoa que o usa.
Quando Nossa Senhora do Carmo apareceu para São Simão Stock no dia 16 de julho de 1251 na visão em que lhe entregava o escapulário, ela fez esta promessa:
“Recebe, filho amado, este escapulário. Todo o que com ele morrer, não padecerá a perdição no fogo eterno. Ele é sinal de salvação, defesa nos perigos, aliança de paz e pacto sempiterno”.
Mas, como sinal e aliança, ele requer que façamos a nossa parte. O extraordinário do escapulário é que a promessa de Nossa Senhora para as pessoas que o usam é precisamente a de ajudá-las a cumprir as necessárias disposições de alma a fim de acolherem a graça salvadora de Jesus Cristo.
Em sua bula chamada “Sabatina”, o Papa João XXII afirma que aqueles que usarem o escapulário serão depressa libertados das penas do purgatório no sábado que se seguir à sua morte. Esta graça ficou conhecida como “privilégio sabatino”, reconfirmado pela Sagrada Congregação das Indulgências em 14 de julho de 1908, desde que se cumpram as condições devidas.
Quem se reveste deste sinal mariano deve adotar algumas atitudes fundamentais:
Observe-se que não são condições extraordinárias: são as que já se esperam de qualquer católico habitualmente. O escapulário não adiciona nenhum outro compromisso: ele apenas reforça o compromisso cristão de vivermos o que já somos chamados a viver – acrescentando, isto sim, uma especial promessa de ajuda para que de fato vivamos esses compromissos e, com isto, nos abramos à graça salvadora de Jesus e em graça estejamos na hora da nossa morte.
No tocante às modalidades da oração diária, é oportuno, mas não obrigatório, que o sacerdote que faz a imposição do escapulário oriente cada pessoa sobre as orações recomendadas segundo a sua própria realidade. Mas não há nada rígido neste sentido: normalmente, o terço rezado todos os dias é suficiente sem que seja necessária mais nenhuma outra oração; ou 3 Ave-Marias bem rezadas diariamente; ou o Ofício Divino para os sacerdotes… Enfim, há nisto grande liberdade. O uso tradicional indica rezar todos os dias o pequeno Ofício de Nossa Senhora, ou, para os que não saibam ler, abster-se de carne às quartas-feiras e sábados, mas o sacerdote que impôs o escapulário ou o próprio confessor sempre puderam comutar essas condições por outras, conforme cada caso. O essencial não é a modalidade, mas sim que se reze de coração!
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