Nossa Mãe é defensora da dignidade humana, especialmente daqueles menos favorecidos, que precisam ainda mais do seu amparo e proteção. Ela sabe o valor que tem cada um de seus filhos. Sobre essa dignidade de filhos e filhas de Deus nos aprofundaremos um pouco.
A dignidade humana
Desde os inícios, a Igreja já reconhecia como somos valiosos, como é alta a nossa dignidade. São João Crisóstomo já exclamava em uma célebre frase “reconhece, ó cristão, a sua dignidade!”. Mas de onde vem tamanha dignidade?
Primeiramente, por termos sido criados à imagem e semelhança de Deus. Deus quis que fôssemos a única criatura com inteligência e liberdade, com capacidade de nos relacionarmos com o próximo e com Ele. Ele nos cria por sobreabundância de amor. Cria o homem e o presenteia com toda a criação. O seu Plano original é que vivêssemos em plena comunhão com Ele, felizes para sempre, sendo senhores de toda a criação.
Sabemos que pelo pecado original rompemos essa comunhão e geramos desarmonia. Porém, isso não apaga a nossa dignidade. Deus nos ama tanto que durante toda a história buscou fazer aliança definitiva com Ele, nos ama tanto que nos entrega o seu Filho único, para que sejamos reconciliados novamente com Ele (Ver Jo 3,16).
Cristo, ao morrer na Cruz, nos reconcilia novamente, perdoa todos os nossos pecados; mas acontece algo ainda mais incrível: nossa dignidade é elevada. As portas do céu se abrem para a gente. Somos chamados a participar da natureza divina (ver 2 Pe 1, 4)
Ao pensarmos como Deus nos ama e aposta pela gente a ponto do próprio Cristo abaixar-se e assumir a nossa humanidade (ver Fl 2, 6-11) como não ser agradecidos? A nossa resposta deveria ser viver à altura de nossa dignidade, respeitando cada vida humana como um grandíssimo dom. O Documento de Aparecida proclama essa grandeza: “[…] o ser humano, sua imagem vivente, é sempre sagrado, desde a sua concepção, em todas as etapas da existência, até sua morte natural e depois da morte” (n 388)
O Papa Francisco tem insistido que prestássemos especial atenção aos nossos irmãos mais pobres, aqueles que estão nas periferias existenciais, pois “no coração de Deus, ocupam lugar preferencial os pobres, tanto que até Ele mesmo ‘se fez pobre’ (2 Cor 8,9)”. (Evangelii Gaudium, 197)
Uma dignidade maior ainda: sermos filhos de Maria
Não bastasse Deus ter feito tanto pela gente para provar o quanto somos dignos, nos deu uma Mãe para que cuidasse da gente com amor e carinho à altura do valor que temos por Ele.
Podemos ter a certeza de que Maria se preocupa por cada um de nós. Ela nos ama e cuida de cada um de seus filhos. Ela quer que a nenhum de seus filhos falte o vinho da dignidade. Ela se preocupa especialmente por aqueles filhos desamparados, marginalizados por pessoas que buscam egoistamente o ter, o poder e o prazer sem limites.
Peçamos à Mãe Aparecida que saibamos sempre reconhecer a nossa dignidade e também a de nossos irmãos, espacialmente os mais desamparados. Que sejamos sempre generosos e solidários com eles.
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