O desafio maior para a catequese é manter a participação dos catequizandos nas ações catequéticas, nas missas e nos eventos da comunidade. A perseverança se estrutura na abertura de coração para o Espírito Santo, que sopra e encaminha os nossos passos no caminho do seguimento de Jesus e na proximidade com a vida da comunidade, onde acontece a experiência da convivência fraterna e espiritual. A comunhão com as pessoas que professam a mesma fé fortalece a busca das palavras e dos ensinamentos de Jesus, que direcionam os passos e o coração daqueles que se encantam com sua presença e companhia na caminhada.
Cabe à catequese preparar e apresentar um itinerário adequado ao grupo, nas diferentes idades e realidades. É necessário conhecer bem os catequizandos e suas famílias para poder renovar as dinâmicas relacionais e tornar estruturas comunitárias mais abertas e menos burocratizadas. Cabe aos catequistas, como educadores da fé, ser apoios e pontos de referência para viverem na comunhão a atividade evangelizadora, como fiéis discípulos missionários de Jesus Cristo.
A paróquia que se questione acerca do tipo de catequese que propõe às famílias, apresentando o caminho da fé como uma jornada de esperança e de alegria, sobretudo aos novos contextos sociais, familiares e culturais. Ela continua a ser lugar privilegiado da educação para a fé, não é a escola ou um grupo de pessoas que se reúnem, mas uma comunidade – um grupo integrado de pessoas que ocupa um mesmo espaço, territorial e existencial, irmanado por um mesmo ideal e por uma mesma herança espiritual: a fé cristã.
A necessidade de um renovado impulso evangelizador deve motivar a comunidade a repensar os planos, acionando a chave missionária em todas as ações pastorais, auxiliando os catequistas em tempos de férias escolares e não da catequese. Um trabalho integrado com os grupos pastorais ajuda no projeto de educação da fé e de interação com as famílias, para isso é urgente incluir no planejamento catequético a participação de outras lideranças na comunidade em atividades que substituem os encontros de catequese, programados para os itinerários de iniciação à vida cristã.
Vale refletir sobre uma integração pastoral no processo de educação da fé. Uma proposta catequética que não se mantém em harmonia com as outras ações pastorais corre o risco de se apresentar como uma teoria certamente correta, mas, pouco relevante para a vida.
Catequistas, sejamos pessoas de reflexão, de diálogo e de comunhão, construindo uma vida comunitária saudável; trabalhemos com mais empenho, sensibilidade, ousadia e criatividade. Sejamos capazes de promover uma convivência fraterna que envolve as pessoas com as novidades do Evangelho. Sejamos pessoas de acolhida e de ternura, de compromisso e de respeito à vida comunitária.
Busquemos intensificar o nosso conhecimento sobre as verdades, a pedagogia e a comunicação da fé, a liturgia e a espiritualidade cristã, mantendo a centralidade da Palavra de Deus e de Jesus Cristo nas atividades catequéticas. Acompanhemos o crescimento humano e cristão de nossos catequizandos, contribuindo para que reconheçam, no dia a dia, o chamado de Jesus (vocação), respondam ao chamado com disponibilidade para viver como cristãos (serviço) e se comprometam com o testemunho da fé (missão).
Julho é tempo de férias, mas não de esvaziamento da comunidade. É preciso pensarmos em novas possibilidades, com criatividade e com ousadia, para a retomada de encontros com a comunidade, a partir da capacidade dos espaços, buscando ambientes alternativos e trilhando uma proposta de formação e de convivência.
“Entraremos em recesso”, “estamos de férias” e “não teremos atividades” não combinam com a catequese. Férias escolares não podem se confundir com tempo para tirar férias do seguimento de Jesus. Não é possível tirar férias de Jesus, de seu seguimento ou de seu Evangelho! Nunca nos esqueçamos de que sempre mais se impõe uma educação permanente da fé que acompanhe o homem por toda a vida e se integre em seu crescimento global. Com isso, a comunidade de fé, com seu plano pastoral, é a grande responsável pelo desenvolvimento de uma catequese contínua e eficaz.
Onde não for possível mantermos os encontros de catequese como de costume, procuremos alternativas, pois catequese não pode se reduzir a uma atividade com hora marcada. É missão de toda a comunidade, para todo momento e para a vida inteira. Onde for necessário propor uma atividade especial para o período de férias escolares, intensifiquemos a importância da vocação cristã de ser sal da Terra e luz do mundo (cf. Mt 5,13-16).
Obviamente, não pretendemos, com esta proposta, desvalorizar o descanso, o lazer, as férias da escola e o tempo de viagem com a família e amigos. Uma catequese comprometida com a educação da fé e com o seguimento de Jesus deverá saber o lugar certo das pausas e de sua importância, pausas sem distanciamento do encantamento pelas coisas de Deus. O descanso é tempo para contemplar e reconhecer a bondade de Deus e do valor da vida humana. Até Jesus cuidou da vida de seus discípulos, propondo uma pausa: “Venham à parte, para um lugar deserto, e descansem um pouco” (Mc 6,30-31). Ele disse: venham! Propôs um descanso com Ele.
Ficam, então, propostas de atividades alternativas para o período de férias: visitas missionárias, semanas catequéticas, gincanas bíblico-pastorais, dias de lazer em comunidade, confraternizações, encontros de espiritualidade, de promoção da caridade e de solidariedade.
Queridos catequistas, abramos nossos corações à ação do Espírito Santo e deixemos que Ele nos leve para experiências frutuosas e restauradoras. Tudo feito com amor e para o amor.
Juntos na missão!
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