No Novo Testamento veremos como Jesus adulto se relacionava com as crianças. E também como as crianças de hoje veem Jesus. Vamos acompanhá-los?
Provavelmente aos 30 anos, Jesus deixou sua casa, em Nazaré, para iniciar sua missão junto ao povo. À beira do mar ou pelas estradas da Galileia, ele caminhava. Em companhia dos apóstolos, Jesus dirigia-se de uma cidade a outra, para pregar e ensinar a todos o caminho do Reino de Deus.
As vezes, Jesus se cansava. Algumas viagens eram longas. Porém, ele nunca reclamou. Ao contrário, sentia-se feliz em poder ajudar as pessoas e falar-lhes com muito carinho sobre Deus, o seu e nosso pai.
E o povo gostava muito de ouvi-lo. Jesus dava atenção a todos. Por isso, as multidões iam ao encontro dele. Muitos traziam seus doentes para serem curados; outras pessoas queriam vê-lo. Assim, Jesus se ocupava bastante. Às vezes, não tinha tempo nem para comer.
Certa vez, algumas mães trouxeram também suas crianças a Jesus. Elas queriam que ele as tocasse e abençoasse, pois tinham certeza de que ficariam felizes. Porém, os discípulos (seguidores de Jesus) quiseram impedi-las e disseram: “Que é que vocês querem? Por que levar as crianças a Jesus? Ele está tão ocupado! Além disso, elas ainda são muito pequenas. Nem podem compreender o que ele diz”.
Jesus, porém, percebendo que os discípulos queriam afastar dele as crianças, repreendeu-os dizendo: “Deixai as crianças virem a mim, e não as impeçais, pois delas é o Reino de Deus”. E as chamou para junto de si.
Então, as crianças, vendo o rosto sorridente e amável de Jesus, correram felizes ao seu encontro. Ele as abraçou com carinho. Todas o viram como amigo e sentiam-se muito bem em sua companhia.
E mesmo não entendendo tudo o que ele dizia, as crianças sentiam que Jesus as amava muito. E sobre suas cabecinhas, Jesus colocou as mãos e as abençoou. E disse que elas seriam felizes seguindo o caminho do bem, e que sua. bênção seria sempre uma proteção na vida delas.
Além disso, Jesus conhecia e sabia como era bonito o coração das crianças. E nelas, ele admirava principalmente a simplicidade, a pureza e a sinceridade. Por essa razão, muitas vezes Jesus usou a criança como exemplo para transmitir sua mensagem aos adultos. Veja só o que ele lhes dizia. “Se vocês não tiverem um coração humilde e uma fé confiante como as crianças, vocês não entrarão no Reino de Deus.” E mais: “Aquele que não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele” (Lc 18, 15 -18).
Certo dia, os discípulos aproximaram-se de Jesus e lhe perguntaram: “Quem é o maior no Reino dos Céus”? Para que eles entendessem bem sua resposta, Jesus colocou uma criança no meio deles e, olhando para ela, explicou-lhes: “O maior diante de Deus é aquele que não é orgulhoso, que não deseja a fama ou quer tudo só para si”. Assim, grande para Deus, é a pessoa que se faz pequena e tem um coração grande. Que sabe amar e ajudar os outros (leia essas palavras de Jesus em Mt 18, 3 – 4).
A FILHA DE JAIRO
Certo dia, Jesus pregava à beira-mar. Aproximou-se dele, um homem chamado Jairo. Ele chorava muito. E veio até Jesus para fazer-lhe um pedido. Ajoelhou-se a seus pés e disse-lhe com insistência e confiança: “Jesus, é minha filha. Ela tem apenas 12 anos e está muito doente.
E eu sei que o Senhor tem poder de curar minha filhinha. Por favor, Senhor! Venha comigo, coloque sobre ela as mãos para que seja curada e viva”.
Vendo o sofrimento daquele pai, Jesus o acompanhou até sua casa. Pedro, Tiago e João foram com ele. Eles estavam ainda a caminho, quando um empregado de Jairo veio ao encontro dele. E disse-lhe: “Sua filha está morta. Não incomode mais a Jesus. Agora, ele não pode fazer mais nada”. Mas Jesus disse a Jairo: “Não se preocupe. Confie em mim. Eu ainda posso ajudar”.
Chegando à casa, encontraram muitas pessoas que choravam em voz alta. Jesus entrou e perguntou: “Por que todo esse barulho? A menina está dormindo”. E todos riram dele. Porém, Jesus f içou firme. Pediu a Jairo que os mandasse sair. Então, ele se aproximou da cama da criança, com seus pais e os três apóstolos. Ha estava deitada, sem qualquer movimento e muito pálida. Pegando sua mão, Jesus lhe disse: “Talitha Kúmi!”, palavra aramaica que significa: “menina, eu te digo, levanta-te!” E imediatamente, ela se mexeu, abriu os olhos, sorriu e levantou-se. Seus pais ficaram espantados. Estavam felizes. Sua filha recuperou a saúde e a vida. E Jesus disse-lhes: Dêem-lhe alguma coisa para comer”. Fato emocionante, não é mesmo?
Assim, através de seus gestos e atitudes, Jesus mostrou o carinho e a atenção que ele tinha para com todas as crianças. Ele sempre soube valorizá-las e nunca as deixou de lado, como faziam muitos adultos do seu tempo.
Se Jesus agiu assim com as crianças do seu tempo, é porque ele queria que as crianças de todos os lugares e de todos os tempos também fossem tratadas com carinho, respeito e atenção. Mas não é bem isso que acontece hoje, por exemplo, no Brasil e em tantas partes do mundo. Muitas crianças são abandonadas e maltratadas, não têm oportunidade de irem à escola e algumas nem têm casa para morar.
Converse sobre isso com seus pais e coleguinhas. E juntos, pecamos também a Jesus que ele nos ensine a amar e acolher todas as crianças, principalmente os menores abandonados. Acolhendo-os, estaremos acolhendo o próprio Jesus que diz: “Quem acolhe o menor a mim acolhe” (Mc 9, 37).
Via Catequisar
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