5° Semana Carmelitana reflete sobre a vida e espiritualidade de São João da Cruz
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Entre os dia 19 e 21 de outubro, a Igreja do Carmo, em Itu-SP, promove a 5° Semana Carmelitana, que desta vez traz como tema “Entre luzes e trevas: a Cristologia segundo a mística de São João da Cruz.”
Os encontros estão sendo ministrados pelo orador sacro Frei Marlom Francis de Souza Moreira, O. Carm, Prior do Convento do Carmo de São Paulo.
O objetivo do evento é refletir sobre a vida e espiritualidade de João da Cruz, O.C.D, que foi um místico, sacerdote e frade carmelita espanhol venerado como santo pelos católicos. Nascido em Fontiveros, em Castela a Velha, foi um dos mais importantes expoentes da Contrarreforma.
No primeiro encontro, Frei Marlom contou sobre a história de São João da Cruz e como Deus foi se manifestando na sua vida. Ele explica que a vida de São João da Cruz é marcada por profundos acontecimentos e a primeira parte desta história é marcada pela pobreza e busca pela sobrevivência, mas também de muita caridade. Durante este primeiro dia, o frade carmelita trouxe aspectos biográficos de São João da Cruz, falou sobre a infância, vocação ao Carmelo, da vida como reformador e também da sua obra literária.
No segundo dia de encontro, Frei Marlom se deteve no Cântico Espiritual de São João da Cruz, refletindo sobre as quatro primeiras estrofes do cântico, onde se revela a mística de São João da Cruz. Ele explica que este cântico nos ajuda a nos aproximar de Deus.
“Percebemos como a alma deve servir a Deus numa vida íntima, numa vida espiritual, para assim chegarmos ao último estado, que é o matrimônio espiritual. São João da Cruz nos apresenta três vias para chegarmos a esta união íntima: via purgativa (principiantes na oração, quando passamos por altos e baixos na vida de oração); via iluminativa (quando sabemos que mesmo no silêncio Deus ali está) e via unitiva (quando a alma já está intima com Deus e busca o estado da perfeição)”, disse.
No terceiro encontro, Frei Marlom meditou mais quatro estrofes do Cântico Espiritual e explica que é possível perceber a união matrimonial que a alma vai fazendo com Deus.
“Na leitura destes versos, nós temos uma descoberta, a nossa alma já é capaz de identificar as dificuldades que nos impedem de enxergar a Deus. Já descobrimos aquilo que nos afasta de Deus na vida de oração. Ouço com frequência “Frei, não consigo me concentrar, tenho tantos pensamentos ruins que me afastam de Deus”. Por que quando estamos na presença de Deus somos mais tentados? Porque o mal não quer que nós nos aproximemos de Deus. Por isso, que quando a pessoa diz que não sente nada na oração, nós devemos dizer “continue a rezar”. Grandes santos e místicos da Igreja também passaram por dificuldades na vida de oração”, disse.
Assista os encontros na íntegra através das redes sociais da Igreja do Carmo, clicando aqui.
ORAÇÃO
Ó Deus que guiastes São João da Cruz à santa Montanha que é Cristo, através da noite escura da renúncia e do amor ardente à Cruz, concedei-nos segui-lo como mestre de vida espiritual e como ele possamos colocar amor onde não há amor para encontrarmos amorâ€? e assim em meio às dificuldades da vida possamos atingir a plenitude do amor a Vós e aos irmãos para um dia contemplar eternamente a vossa glória no Céu.
São João da Cruz, rogai por nós. Amém.
Sobre a vida de São João da Cruz:
Grande reformador da Ordem Carmelita, é considerado, juntamente com Santa Teresa de Ávila, o fundador dos Carmelitas Descalços. João também é conhecido por suas obras literárias e tanto sua poesia quanto suas investigações sobre o crescimento da alma são consideradas o ápice da literatura mística e se destacam entre as grandes obras da literatura espanhola.
João da Cruz foi canonizado em 1726 por Bento XIII e é um dos Doutores da Igreja Católica
Suas principais obras:
O “Cântico Espiritual” é uma écloga na qual a noiva (representando a alma) procura um noivo (representando Jesus) e está ansiosa por tê-lo perdido; ambos se regozijam ao se reencontrar. Ela pode ser vista como versão espanhola livre do Cântico dos Cânticos numa época que traduções da Bíblia para o vernáculo eram proibidas. As primeiras 31 stanzas do poema foram compostas em 1578 durante o período que João esteve preso em Toledo e foram lidas pelas freiras em Beas, que as copiaram. Nos anos subsequentes, João acrescentou novas stanzas e atualmente existem duas versões: uma com 39 e outra com 40, com algumas delas colocadas em ordem diferente. A primeira versão do comentário sobre o poema foi escrita em 1584 a pedido da madre carmelita descalça Ana de Jesús de Granada. Uma segunda versão, mais detalhada, foi escrita em 1585-6.[39]
A “Noite Escura” (que depois emprestou seu nome ao termo cristão) narra a jornada da alma de sua casa corpórea até sua união com Deus. Ela acontece durante a noite, que representa as agruras e dificuldades que ela encontra ao se desprender do mundo e alcançar a luz da união com o Criador. Há diversos passos nesta noite, relatados em sucessivas stanzas. A ideia principal do poema é a dolorosa experiência pela qual as pessoas passam em suas tentativas de amadurecer espiritualmente para unirem-se a Deus. O poema foi provavelmente escrito em 1578 ou 1579 e um comentário de João sobre as duas primeiras stanzas e a primeira linha da terceira, em 1584-5.[40]
A “Ascensão do Monte Carmelo” é um estudo mais sistemático da empreitada asceta de uma alma buscando a união perfeita com Deus e dos eventos místicos que acontecem neste caminho. Embora o poema se inicie como um comentário sobre a “Noite Escura”, rapidamente o formato muda e, tendo comentado sobre as duas primeiras stanzas, torna-se um tratado. Ele foi composto em algum momento entre 1581 e 1585.[41]
Uma obra com apenas quatro stanzas’, “Chama Viva do Amor”, descreve uma intimidade maior conforme a alma responde ao amor divino. Ele foi escrito numa primeira versão em Granada entre 1585 e 1586, aparentemente em apenas duas semanas[42] e numa segunda versão quase idêntica em La Peñuela em 1591.
As obras de João juntamente com seu “Dichos de Luz y Amor” e as obras de Santa Teresa de Ávila são as mais importantes obras em espanhol e influenciaram profundamente os escritores espirituais posteriores no mundo todo.
Entre eles, T. S. Eliot, Santa Teresinha do Menino Jesus, Edith Stein e Thomas Merton. João influenciou também filósofos como Jacques Maritain, teólogos como Hans Urs von Balthasar, pacifistas como Dorothy Day, Daniel Berrigan e Philip Berrigan e artistas como Salvador Dalí. A dissertação teológica de São João Paulo II versava sobre a teologia mística de São João da Cruz.Embora o poema se inicie como um comentário sobre a “Noite Escura”, rapidamente o formato muda e, tendo comentado sobre as duas primeiras stanzas, torna-se um tratado. Ele foi composto em algum momento entre 1581 e 1585.[41]
Uma obra com apenas quatro stanzas’, “Chama Viva do Amor”, descreve uma intimidade maior conforme a alma responde ao amor divino. Ele foi escrito numa primeira versão em Granada entre 1585 e 1586, aparentemente em apenas duas semanas[42] e numa segunda versão quase idêntica em La Peñuela em 1591.
As obras de João juntamente com seu “Dichos de Luz y Amor” e as obras de Santa Teresa de Ávila são as mais importantes obras em espanhol e influenciaram profundamente os escritores espirituais posteriores no mundo todo.
Entre eles, T. S. Eliot, Santa Teresinha do Menino Jesus, Edith Stein e Thomas Merton. João influenciou também filósofos como Jacques Maritain, teólogos como Hans Urs von Balthasar, pacifistas como Dorothy Day, Daniel Berrigan e Philip Berrigan e artistas como Salvador Dalí. A dissertação teológica de São João Paulo II versava sobre a teologia mística de São João da Cruz.
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