O desenvolvimento psicossocial na segunda infância*
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*continuando com o material sobre o desenvolvimento psicológico na infância e na adolescência, agora sobre a segunda e terceira infância (4 – 6 e 6 – 11 anos). Não sabe do que estou falando? É só conferir a postagem anterior! Quer ficar a par das postagens do blog e ainda por cima, recebendo direto no seu e-mail onde você pode armazenar os assuntos que lhe interessam mais? Assine a newsletter do blog, logo ali à sua direita!
Agora vamos ao que interessa né?! rsrsrsrs Abraço fraterno e a paz do Senhor!
Segunda infância – 4 aos 6 anos:
Esta fase continua marcada pelas características da primeira infância. A percepção é global, desenvolve-se a memória, mas não distingue a realidade da imaginação.
Características:
Animismo (brinca com o inanimado);
Gosta de ser grande;
É instável;
Não distingue a realidade da imaginação (inventa histórias);
Diferenças na noção do tempo;
Desperta a consciência psicológica – moral. Já não precisa que lhe digam se fez mal ou bem;
Começa a idade da razão;
Despertar do sentido religioso.
Transforma tudo à sua imagem. As coisas paradas ganham vida (animismo), fala com as coisas e projeta-se nelas. Daqui o gosto pelas histórias ou estórias. Ela inventa, conta coisas engraçadas. Diz coisas que, para nós, seriam mentira. Para a criança são verdades na medida em que ela as cria e assim as vê.
Gosta de “ser” grande: “Eu já sou grande!”, “Sou uma mocinha, já sei sentar direito!”.
Instável: Hoje gosta de comer algo, amanhã diz que não.
6 anos: Aproxima-se da idade da razão. Desperta o que chamamos consciência moral ou consciência psicológica. Para a criança, o bem e o mal é aquilo que os educadores aprovam ou reprovam (devemos ter cuidado com nossa atuação, no sentido de formarmos ou deformarmos a consciência da criança). Começa a distinguir a realidade da imaginação.
Atitudes importantes do catequista e dos pais para a primeira e segunda infância:
a criança não deve ser reprimida. Reprimir a criança é impedir que seja ela mesma, é impedir seu desenvolvimento;
criar em torno da criança um ambiente de segurança, de afeição e de alegria;
a preocupação do catequista será fundamentar a vida de fé do dia de amanhã, pelo culto a Deus. Dar às crianças a certeza de que são amadas por Deus e levá-las a corresponder a esse amor por uma vida de gratidão e bom comportamento;
acentuar a oração de louvor, gratidão e admiração através do exemplo;
as atividades com as crianãs devem ser todas baseadas nos gestos, na expressão corporal, no desenho espontâneo e na música.
Terceira infância – 6 aos 11 anos:
Características:
Distingue a realidade da imaginação;
Aparecimento do senso crítico;
Gosto por descobrir coisas novas;
Quer saber os “ques” e os “porques” das coisas;
Desperta a consciência psicológica e moral de forma mais clara.
Nesta fase identifica-se também um tempo de “crise”, que caracteriza-se por:
Pensamento lógico e concreto;
Idade da objetividade e realismo;
Socialização (o egocentrismo dá lugar à socialização);
Dos 7 aos 11 /12 anos, é chamado de idade da razão: a criancça torna-se mais consciente. Aqui temos de distinguir entre o período dos 7 aos 9 anos e dos 9 aos 12 anos. A criança é diferente em cada um desses períodos. Aos 7 anos a criança está em crise. Este tempo de crise é sempre difícil, é uma “passagem” de uma idade para outra. É tempo de transição. Até aí, ela era uma no meio dos irmãos; agora sente-se perdida no meio do grupo da escola. Se tiver frequentado um jardim de infância, a crise será bem mais fácil porque a adaptação já foi feita anteriormente.
O egocentrismo dá lugar à sociabilidade. A criança, pelos 8, 9 anos, descobre o sentido social, vira-se para fora, para o grupo, para os colegas, para o outro.
A contemplação dá lugar à ação. É idade escolar, idade de decorar, do “querer saber” os “porquês” das coisas. Aqui já podemos falar de responsabilidade moral e de uma vida espiritual mais pessoal.
Por volta dos 9 anos a criança torna-se difícil, não acredita facilmente no que lhe dizemos. Há um forte “resfriamento” na afetividade, consequência da descoberta dos defeitos dos educadores (e naõ só), já não quer ser criança, nem que andem a beijá-la, abracá-la e a paparicá-la.
Aqui, o ensino tem de ser muito concreto, seguro e claro. Há que educar ou formar a inteligência. É uma oportunidade maravilhosa nesta idade para a criança se doar, pensar nos outros, servir, etc. Ela é materialista, ativa. Daqui a necessidade de uma catequese viva e ativa, de experiências ou vivências de fé muito profundas. Mais frequentemente fazer-se valer do testemunho do que das palavras.
A partir dos 10 anos, a criança está mais calma, como que descansando para entrar na grande crise da adolescência.
Atitudes importantes do catequista e dos pais na terceira infância:
não dizer para uma criança que o trabalho dela está mal feito, pois isso vai desanimá-la;
o catequista deve responder a todas as perguntas que a criança faz, mesmo se for preciso pesquisar e responder depois. Responder sempre com frases simples e curtas;
a criança é capaz de permanecer muito tempo em admiração e meditação diante de uma flor, o catequista poderá aproveitar-se disso para levar a criança a admirar a criação de Deus;
o catequista deve canalizar a agressividade para o bem, para o belo, etc… aproveitas as energias da criança para as atividades e não castigá-las;
o catequista deve ser um testemunho para as crianças. Aproveitar-se da interiorização da criança para levá-la a pensar, a falar com Cristo em oração;
as atividades devem ser organizadas em grupos, brincadeiras com critérios que estimulem a liderança e o respeito entre eles.
*Então, na próxima postagem a última parte do tema.
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