A Campanha da Fraternidade de 2015 (CF 2015) foi homenageada na terça-feira, dia 31, em sessão solene da Câmara dos Deputados. Dezenas de parlamentares dirigiram-se ao plenário para saudar a iniciativa da Igreja no Brasil, que tem como tema “Fraternidade: Igreja e sociedade” e o lema “Eu vim para servir”.
Representaram a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) o bispo auxiliar de Brasília (DF), dom Valdir Mamede, e o bispo de Formosa (GO), dom José Ronaldo Ribeiro.
“A Igreja se reconhece como servidora da causa da humanidade como um todo e do povo brasileiro de maneira especial. O parlamento representa esse povo. Então, o reconhecimento do parlamento para com a Igreja e, sobretudo para com a campanha que a Igreja realiza, mostra que nós estamos no caminho certo e deste caminho não podemos desviar, sob pena de trairmos a causa, a intuição originária da nossa Igreja que é a salvação humana”, avaliou dom Mamede.
Em seu discurso no plenário, dom José Ronaldo ressaltou o trabalho eclesial na formação de consciências e recordou o lema “Eu vim para servir” proposto pela CF 2015. “A Igreja catequista instrui, ilumina e, ao eleger um tema para a Campanha da Fraternidade, chama atenção que em primeiro lugar, para todos nós, o mais importante é sermos servidores, preocupar com o bem estar do outro que nos cerca. O outro que nos cerca é Jesus Cristo que nos apela, que nos interpela, que nos anima, disse.
Para ele, “servir é a inversão da lógica da busca do poder e do ter. Servir é tentar colocar o outro como o centro, como objetivo principal do nosso viver”.
O secretário executivo da Campanha da Fraternidade, padre Luiz Carlos Dias, visualizou a sessão como sinal concreto de evangelização, um momento de “muita alegria” para a Igreja.
“Hoje o Evangelho está entrando aqui, hoje a voz da Igreja está fazendo ressoar dentro dessa esfera política que precisa também das luzes do Evangelho de Nosso Senhor, sobretudo num momento tão complicado, momento difícil, com tantos desafios para os caminhos do nosso país”, afirmou.
Padre Luiz também destacou o desejo de que os cristãos atuem de forma consciente na sociedade para que ela configure-se segundo o projeto de Deus “se transformando numa sociedade justa, fraterna e pacífica”.
Em linhas gerais, os deputados congratularam a CNBB pela iniciativa e indicaram, por meio de lembranças e sugestões, as diversas formas que a Igreja contribui na vida da sociedade, como nos debates sobre assuntos relacionados aos mais pobres e excluídos, os projetos de lei da Ficha Limpa e da Reforma Política Democrática, a defesa dos direitos da criança e do adolescente e as ocasiões em que iniciativas eclesiais prestam serviços que deveriam ser disponibilizados pelo Estado.
Compuseram a mesa os deputados Alessandro Molon (PT-RJ), Eros Biondini (PTB-MG) e Flavinho (PSB-SP); o membro da Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP) da CNBB, Carlos Alves Moura; a diretora executiva nacional da Cáritas Brasileira, Maria Cristina dos Anjos; e o representante da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), irmão José Wagner da Cruz, dos Maristas.
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