A Câmara dos Deputados realizou hoje, 23, pela manhã, no plenário Ulysses Guimarães, uma sessão solene pela abertura da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2010. A presidência da Câmara convidou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) a celebrarem a Campanha, aberta oficialmente no último dia 17 de fevereiro, em Brasília.
Esteve representando a CNBB, o bispo emérito de Duque de Caxias (RJ), dom Máuro Morelli, e o assessor político da Conferência, padre Ernanne Pinheiro. Representando o Conic esteve o secretário geral da instituição, reverendo Luiz Alberto Barbosa.
Segundo o vice-presidente da Câmara, deputado Marcos Maia (PT – RS), a sessão requerida pelos próprios Deputados, mostra a importância que a Campanha da Fraternidade alcançou nestes 46 anos de existência. “A Campanha enfatiza a necessidade de que todos os cidadãos compreendam que a economia e o desenvolvimento não podem ser maiores que o interesse social. O respeito e a importância desta Campanha, que ao longo de décadas contribui para formação da identidade solidária e cristã do povo brasileiro, faz com que nós [Deputados] paremos tudo o que estivermos fazendo para reverenciá-la”, destacou o vice-presidente da Câmara.
Analisando o passado das Campanhas da Fraternidade, o assessor político da CNBB, padre Ernanne Pinheiro explica que essas sessões solenes, já tradicionais, mostram a importância e os benefícios socias que as CFs trazem à população. “São sempre temas relacionados à vida e à dignidade humana. Quanto mais gente for atingida por uma campanha, melhor. O que se percebe é que a Campanha da Fraternidade ganhou uma dimensão muito grande e muito bonita, unindo o Brasil com a palavra e os ensinamentos de Cristo”.
O deputado Geraldo Magela (PT-DF) destacou o esforço das igrejas cristãs, pois elas tentam questionar o papel que o dinheiro tomou na vida das pessoas. Para o Deputado, é preciso trazer esse debate para o mundo político, não apenas no período da Campanha da Fraternidade. “Quando um político se enfraquece à tentação do dinheiro, seja para si, seja para aplicar em políticas inadequadas, certamente está sendo refém do dinheiro, e não está servindo nem as pessoas, nem a Deus”, disse.
O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) destacou na campanha deste ano um questionamento ao modelo econômico dominante. Para ele, as igrejas cristãs pedem uma profunda revisão dos valores atuais, de uma vida baseada no lucro, na acumulação de bens, e na exploração do trabalho, que são as bases do capitalismo.
Para o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), a reforma deve acontecer pelo acesso das pessoas à economia de mercado, transformada numa economia de comunhão, que favoreça o pequeno produtor e a pequena empresa.
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