O projeto “Espertar” desenvolvido pela paróquia Santa Cruz, em Canoinhas, na diocese de Caçador (SC), de 15 de outubro de 2019 a 30 de junho de 2020, formou 272 lideranças comunitárias multiplicadoras da paróquia, do Programa Social Esperançar e de outras organizações em temas e ações sobre direitos fundamentais e políticas públicas. A ação foi apoiada com recursos do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS), arrecadados pela Campanha da Fraternidade de 2019 na Coleta da Solidariedade, no Domingo de Ramos.
Segundo a Rosilei Mielki, responsável pelo projeto, o objetivo final da ação foi fortalecer as lideranças para atuarem junto às mulheres em situação de vulnerabilidade social residentes nas três maiores periferias de Canoinhas (SC), auxiliando-as a identificarem suas demandas e necessidades. O público-alvo do projeto foram 56 mulheres jovens mães e as chefes de família em situação de vulnerabilidade social.
“O que motivou este projeto foi o aumento de número de mulheres desempregadas e em situação de depressão e suicídio, bem como a falta de políticas públicas para o enfrentamento da violência doméstica. Outro fator motivador foi a percepção de lideranças de grupos das organizações parcerias da necessidade de escutar as mulheres e a partir do olhar delas encaminhar ações de intervenção”, disse Rosilei.
Capacitação de 3 grupos de Escuta. Fotos: arquivo do projeto Espertar/FNS.
O foco do projeto Espertar foi na capacitação e acompanhamento de equipes de escuta a mulheres jovens mães e chefes de família que vivem em situação de vulnerabilidade social. Para isto, a metodologia usada foi a de visitas a domicílio e rodas de conversas com grupos.
A coordenadora explica também que devido à pandemia e a necessidade de isolamento social, o cronograma de atividades sofreu alterações. “Foram necessárias interrupções intercaladas com retomadas, o que levou a uma duração maior que o previsto no tempo para execução. As ações inicialmente previstas para serem realizadas presencialmente foram realizadas de modo virtual”, explicou.
A responsável pelo projeto conta que o primeiro passo foi divulgar a formação nas redes sociais, para grupos e organizações com vistas a identificar as lideranças comunitárias para as formações. O projeto realizou uma pesquisa junto ao Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), às pastorais e organizações não governamentais da região para identificar as mulheres que integram o público a ser atingido.
Após este passo, aconteceu a formação de multiplicadores, com um metodologia participativa, em quatro etapas com equipe especializada e multidisciplinar e com a realização do seminário online de capacitação com o tema “Compromisso com a vida e o bem viver, iluminados pelo Deuteronômio” e subsídios impressos.
Segundo a coordenação do projeto, um bom resultado alcançado, foi a formação de três equipes de escuta a partir de assessoria especializada de educadores sociais, psicólogos e assistente social. “As Equipes de Escuta se comprometeram a dar continuidade ao processo de ouvir as mulheres da região para identificar as suas demandas”, disse.
Também foi elaborado um relatório e diagnóstico a partir da análise das escutas das mulheres. O material foi compartilhado com as organizações parceiras, especialmente o Programa Esperançar, tendo em vista resposta e encaminhamentos mais assertivos às demandas das mulheres atendidas pela ação.
A Campanha da Fraternidade tem como gesto concreto a Coleta Nacional da Solidariedade, realizada no Domingo de Ramos nas comunidades de todo o Brasil. Os recursos são destinados aos Fundos Diocesanos e Nacional da Solidariedade, os quais apoiam projetos sociais relacionados à temática da campanha.
Em 2019, o Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) distribuiu a quantia de R$3.814.139,81, atendendo a mais de 238 projetos. Em 2020, por causa da pandemia, não ocorreu arrecadação. Conheça alguns projetos apoiados pelo FNS. O portal da CNBB está divulgando, desde o dia 10 de fevereiro, uma série de matérias sobre cada um dos projetos apoiados em 2019.
Desde 2018, o FNS disponibiliza um site onde é possível acompanhar e saber como anda a evolução da prestação de contas dos projetos, por meio do Portal da Transparência que pode ser acessado pelo site: www.fns.cnbb.org.br. Nele, há uma relação completa dos projetos aprovados. A CNBB também presta contas ao Ministérios da Cidadania e Justiça, Ministério Público e ao Conselho de Assistência Social (CAS).
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