Um Café Ecumênico realizado, dia 12 de fevereiro, na cúria da arquidiocese de Aparecida (SP), a partir de um desejo do arcebispo dom Orlando Brandes, abriu caminho para a criação de gestos concretos que vem gerando muitos frutos para a aproximação entre diferentes igrejas no município. No encontro, os participantes (padres, pastores e arcebispo) começaram a sonhar com uma primeira ação ecumênica comum que tomou corpo, motivada pela Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) 2021.
Trata-se da celebração do 1º Culto Ecumênico que abriu a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021 realizado no Santuário Diocesano Frei Galvão no dia 1º de março, às 19h30, que reuniu cerca de 160 membros da Igreja Católica e de 14 Igrejas Evangélicas, como a Assembleia de Deus, Igreja Profetas do Caminho, Igreja Encontro com Deus, Assembleia de Deus Ministério de Belém, Igreja Cristã Vinde a Mim, Igreja Transformando Vidas, Igreja Projeto Jerusalém, Igreja Brasil para o Cristo, Igreja Simple Live, Igreja Evangelho Pleno e Igreja Celeiro de Profetas.
O padre Antônio Leonel de Oliveira, coordenador da Pastoral Ecumênica, conta que foram convidados todos os pastores que atuam no território da arquidiocese de Aparecida. Participaram do culto os padres da arquidiocese, com dois representantes de suas paróquia e 14 pastores e representantes de suas comunidades.
“Foi um momento gratificante que podemos chamar da unidade dos cristãos com a participação de cerca de 14 pastores envolvidos na realidade ecumênica. O santuário ficou repleto de participantes tanto da Igreja Católica quanto das Igrejas Evangélicas”, disse.
Como gesto concreto da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021, a ser realizado por todas pelas comunidades católicas e evangélicas que participaram do culto, seria realizada a arrecadação de alimentos no último dia 14 de março. Em razão da pandemia e dos decretos locais que colocaram a região em fase vermelha e emergencial, os organizadores acharam melhor adiar para o próximo mês, no dia 11 de abril, no segundo domingo da Páscoa, o Domingo da Misericórdia. O Santuário Nacional de Aparecida também participará desta campanha junto com o Devotão que conta com carro de som alto-falante para mobilizar as comunidades. No vídeo abaixo, o padre Leo conta com foi a experiência.
Veja como foi a experiência:
Em sintonia com a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021, a Basílica Santuário Senhor Bom Jesus do Bonfim, em Salvador (BA), inaugurou no dia 5 de março uma instalação artística na praça do Bonfim, que pode ser vista na foto acima do Gildo Lima. O objetivo foi chamar a atenção quanto à importância do diálogo inter-religioso, a prática do respeito mútuo, a superação das diversas intolerâncias, dos preconceitos, das violências, das ações que geram divisão e conflitos e a necessidade de difundir a “Cultura da Paz”. O local é considerado e reconhecido como um espaço ecumênico.
A obra de arte, com a palavra paz, é do artista plástico Ito Pedreira. “Cada letra mede 1,20 m de altura e 27 cm de profundidade, confeccionada em alto relevo, exibindo símbolos de várias religiões”, explica o reitor da Basílica Santuário, padre Edson Menezes da Silva. “A paz se faz sem armas, sem fronteiras, sem divisões, sem competições, sem disputas, sem cercas, sem muros, sem agressões, sem desrespeito”, completa.
Representante da arquidiocese de Salvador (BA) no Conselho Baiano de Igrejas Cristãs, o equivalente do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC) no plano estadual, o padre Lázaro Muniz, também coordena a Comissão para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso da arquidiocese. Ele conta que o Conselho Baiano de Igrejas Cristãs vem realizando várias atividades para promover a aproximação entre as igrejas, entre elas a Semana de Oração pela Unidade Cristã e a realização de cultos e atos ecumênicos e inter-religiosos. Na Bahia, o Conselho vem atuando contra a intolerância religiosa.
Segundo ele, para avançar no diálogo ecumênico e inter-religioso, é necessário superar a pretensão de que há uma superioridade de uma igreja sobre a outra. “Ainda há um limite muito grande por parte de católicos e evangélicos fundamentalistas em abrir-se ao diálogo”, disse.
De acordo com o padre, que esteve à frente do trabalho da Irmandade da Igreja do Rosário dos Homens Pretos por 8 anos, para avançar no diálogo e na aproximação ecumênica é fundamental superar a ideia de que Deus é propriedade de alguém ou de alguma religião. “Deus não pede para ser defendido. Não podemos usá-lo para justificar a violência e a opressão inclusive à outras religiões. Aprendemos com Jesus que Deus nos ensina amar, inclusive os nossos inimigos”, disse.
Fonte: CNBB
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