“Me diga com quem tu andas que eu direi quem tu és”, um ditado popular pronunciado tantas vezes pela boca de nossos pais e avós. Um ditado comum e sempre proferido para alertar cada filho sobre a escolha de suas companhias. O fato é que uma amizade pode salvar-nos assim como pode corromper-nos. Isso é bem sabido dentro da Igreja durante toda a sua história milenar.
Respeitar, amar e servir é uma prática voltada para todos. Devo viver dessa maneira para agradar a Deus. Mas quando se fala de amizade e intimidade, então as coisas funcionam no campo da minha escolha e do meu querer. São Francisco de Sales afirma no seu livro Filoteia: “No mundo, é necessário que aqueles que se entregam à prática da virtude se unam por uma santa amizade, para mutuamente se animarem e conservarem nesses santos exercícios. Os que vivem no século, onde há tantas dificuldades a vencer para ir a Deus, se parecem com os viajantes que andam por caminhos difíceis, escabrosos e escorregadios, precisando sustentar-se uns nos outros para caminhar com mais segurança”.
São Gregório Nazianzeno fala de sua amizade com São Basílio com muito prazer, descrevendo-a deste modo: “Parecia que em nós havia uma só alma, para animar os nossos corpos, e que não se devia mais crer nos que dizem que uma coisa é em si mesma tudo quanto é e não numa outra; estávamos, pois, ambos em um de nós e um no outro. Uma única e a mesma vontade nos unia em nossos propósitos de cultivar a virtude, de conformar toda a nossa vida com a esperança do céu, trabalhando ambos unidos como uma só pessoa, para sair, já antes de morrer, desta terra perecedora”.
Portanto, escolha bem suas amizades. Procure pessoas que queiram viver a virtude e a religião, sempre buscando a santidade. Lembre-se que você pode escolher alguém que o levante, mas também pode se sujeitar a alguém que o derrube.
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