Alguns aspectos são fundamentais na organização de qualquer encontro:
Objetivo a ser atingido – Diante do tema a ser trabalhado, devemos estabelecer um objetivo a ser atingido; algum ensinamento, atitude e/ou comportamento ao qual a criança/grupo deve chegar.
Ambiente alegre e acolhedor – Incluir sempre músicas e atividades que promovam a integração.
Planejamento de todas as atividades de acordo com o tema central -Todas as partes do encontro (músicas, dinâmica, história, versículo a ser guardado, atividade prática, oração, etc.) precisam girar em torno do tema a ser trabalhado e devem estar encadeadas entre si.
Tempo de duração – Estar atento ao tempo de duração do encontro, para que as atividades sejam bem distribuídas.
Organização e preparo do material necessário – Separar e preparar com antecedência o material a ser utilizado durante o encontro.
Avaliação – Ao final do encontro, torna-se necessário avaliar: se o objetivo foi atingido; se a mensagem foi bem compreendida; se as atividades e o material foram adequados; se o tempo foi bem utilizado… Tal avaliação será muito importante para a melhor organização do próximo encontro.
Acolhida
É a hora do entrar no terreno. É a hora do sentir-se amado, querido, importante; do “Que bom, que bom que você veio!” Precisa ser sempre alegre, cheia de beijos e abraços, como quando recebemos os amigos.
Deve ser festiva , com músicas cheias de gestos e animação.
É importante que os pequeninos se cumprimentem uns aos outros; que verifiquem quem está faltando; que haja manifestação da falta que fazem aqueles que não compareceram. Afinal de contas, já formamos uma comunidade! Comunidade de Jesus! E lembramos bem do que diz o nosso Mestre: “Assim é a vontade do Pai celeste, que não se perca um só destes pequeninos.” (Mt 18,14). Cada um é muito importante!
A oração inicial deve ser parte integrante da acolhida; onde agradecemos a Deus a presença de cada um e paramos para acolher, em especial, a Sua própria presença; convidando-O a permanecer em todo o encontro. Uma oração simples, direta e objetiva; sem brigas pelo silêncio absoluto. É preciso que o catequista ore de fato. Sua atenção a Deus precisa ser maior do que a preocupação com a quietude de todos. Rezamos, também, a oração que Jesus nos ensinou (Pai Nosso).
Lembre-se: Dependendo de como se sente acolhida, é que a criança deixará, ou não, alguém “pisar” no solo do seu coração!
Partindo do concreto – É a hora de preparar o terreno. Observando as características desta faixa etária e seguindo o exemplo de Jesus, que, para falar do Reino, se utilizou da pesca, da rede, do fermento, da lâmpada, etc., todo encontro deve partir da experiência, do entendimento de algo concreto, que possa ajudar a criança a compreender, em seguida, o abstrato. Experiência concreta significa que a criança precisa ver, ouvir, tocar, entender como funciona, falar, etc. Pode ser através de um teatro de fantoches, de uma brincadeira, uma história bem contada e dramatizada, de um desafio a ser resolvido, do funcionamento de um aparelho, de um objeto, etc. A experiência concreta deve estar, intimamente, relacionada ao tema principal do encontro; àquilo que se almeja como principal ensinamento do dia e se quer que fique guardado no coração.
Lembre-se: É preferível que nos empenhemos em plantar bem um só ensinamento a cada dia, do que lançarmos vários, correndo o risco de que nenhum deles se aprofunde no coração.
A chave
É a hora de cavar o buraquinho. Lembremos que a curiosidade é uma das marcas desta faixa etária! Trata-se de uma frase; uma pergunta lançada, cuja resposta estará na Palavra de Deus a ser lida. Despertada a dúvida (ou, a curiosidade), esta será saciada pela Palavra de Deus. Jesus costumava fazer isto muitas vezes, lembra? “Quem dizem os homens que eu sou?” (Mt 16,13); “Qual destes foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões?” (Lc 10,36); “A que direi que é semelhante o Reino de Deus?” ( Lc 13,20); “Se um filho pedir pão, qual o pai entre vós que lhe dará uma pedra?” ( Lc 11,11) … Depois de termos partido do concreto, lançamos para a criança uma dúvida ou, uma pergunta e apresentamos o livro (Bíblia) onde iremos encontrar a resposta. A resposta, na verdade, é aquele versículo, previamente escolhido, que gostaríamos que ela guardasse no coração.
Lembre-se: A pergunta servirá como um “abrir caminhos” para a Palavra de Deus.
Semeando a palavra – Desenvolvimento do tema
É a tão esperada hora de plantar a semente! É ela que contém tudo o que a criança precisa saber e viver.
Não pode ser jogada de qualquer jeito, mas… com todo jeito, respeitando os limites de compreensão dos pequeninos.
É importante que seja apresentada de forma ilustrada (em quadrinhos, por exemplo) ou dramatizada.
Tudo para que possa ser melhor compreendida.
Quando não se tratar de uma passagem bíblica que conte uma história completa (Zaqueu, Jesus encontrado no templo, Filho Pródigo, Ovelha Perdida, etc.), devem ser tomados, no máximo, 2 ou 3 versículos, sendo traduzidas, sem distorção de sentido, as palavras mais difíceis.
É a hora de trabalhar mais claramente o tema do encontro. Tema que, na verdade, já vem sendo trabalhado desde o início nas músicas, na experiência concreta, no versículo escolhido…
Lembre-se:
Quando o semeador saiu a semear, a semente era a Palavra(cf. Mc 4,14). A Palavra de Deus é viva e eficaz (Hb4,12 a), não volta sem ter produzido o seu efeito (Is 55, 11b). Então, o que é que a criança precisa levar no coração? A Palavra.
“Experimentando orando”
É a hora de regar a semente. É o pedido a Deus, com música, desenhos, gestos, atitudes, etc., de uma experiência daquilo que a Palavra anunciou; do tema trabalhado.
No início, as pequenas orações devem ser conduzidas, até que as crianças se sintam à vontade e comecem a fazer orações espontâneas.
É a hora do Espírito Santo! É a hora em que falamos com Deus, através do verso de uma música, do oferecimento de um desenho ou de um gesto concreto. Algo que realmente faça sentido.
Lembre-se: Disse o Apóstolo
Paulo: “Eu plantei, Apolo regou, mas Deus quem deu o crescimento.”(I Co 3,6). Apresentar e levar os pequeninos a este diálogo direto com Deus é fundamental.
Atividade prática
É hora de abrir caminhos para os frutos.
Atividade que permita, de forma bem dinâmica e participativa, que a criança perceba que o que foi ensinado precisa ser vivido com os colegas, com a família, na escola, onde for.
Tais atividades podem ser de modelagem, recorte e colagem, desenho, ensaio de dramatizações ou músicas a serem apresentadas, construção de murais, maquetes, dinâmicas ou jogos…
Lembre-se: O importante é participar e perceber que, cada vez que aprendemos algo com Jesus, uma atitude precisa ser tomada!
Guardando de cor
Trata-se de uma frase conclusiva. Uma frase que traduza aquilo de mais importante sobre o encontro e que precisa ser guardado de cor , ou seja, no coração.
Esta frase pode ser parte de um dos versículos lidos, o verso de uma música, parte da oração feita ou, sobretudo, uma conclusão a que um dos pequeninos chegou.
Com o tempo, esta frase deve ser escrita numa tira de papel e levada para casa, onde poderá ser colocada na porta da geladeira e, assim, evangelizar toda a família.
Lembre-se: A evangelização da criança precisa ser cultivada pela família, porém, muitas vezes, a evangelização da família começa pela criança. É preciso levar sempre algo para casa.
Encerramento
A despedida também precisa ser alegre, com música e oração simples, de preferência, já decorada (Ave Maria, Santo Anjo…), pois, a esta altura, torna-se mais difícil obter silêncio e concentração.
Lembre-se: Se você lhe disser que conta com ela na próxima semana e que foi muito bom ter tido a sua companhia, a criança poderá voltar para casa mais feliz.
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