Hoje se fala muito de “oração de intercessão”; parece até que está na moda essa maneira de rezar, fruto de nossa época que valoriza o pedir e o receber com rapidez.
Antes de falar de oração de intercessão é bom falar da própria oração em si. Tudo se funda na aliança que Deus faz com o ser humano do jardim do Éden até Noé, quando, após o dilúvio, Deus enviou a paz e a prosperidade sobre a terra. Essa aliança se firma com Abraão e perpassa toda a antiga aliança até culminar em Jesus Cristo.
Pois bem, a aliança é a amizade benevolente que Deus tem para com o ser humano criado por Ele à sua imagem e semelhança. Deus vem e se revela a nós chamando-nos à comunhão com Ele. Ao aceitar essa aliança, o homem entra em contato, em sintonia com o mistério de Deus que se revela. É a amizade com Deus. Nessa amizade existe comunicação não só de Deus a nós, mas nossa com Deus; esta última é a oração.
Oração, mais que fórmulas e métodos, é uma atitude de vida.
Não só orar na vida, mas ter vida de oração, orar a própria vida, colocando-a diante dele para nos sintonizarmos com Ele, que nos ama e nos comunica todo o bem.
Nos evangelhos sinóticos, o momento crucial da oração de Jesus aparece na sua agonia no horto das Oliveiras (cf. Mc 14,22ss; Mt 26,36ss; Lc 22,39ss). Mas é no Evangelho de São João que aparece a grande oração de intercessão, na qual Jesus pede por seus discípulos e por todos os que virão a acreditar nele (cf. Jo 17,1-26).
A oração de intercessão se funda na petição. Jesus nos estimula a pedir: “Pedi e recebereis, batei e abrir-se-vos-á”. Assim, temos muita confiança na oração de súplica e constantemente pedimos às pessoas que rezem por nós, especialmente aos padres se pede que rezem por nós. Aos santos de Deus pedimos que intercedam por nós. Essa fé na oração de súplica é apoiada em inúmeros momentos da Sagrada Escritura, como, por exemplo, a recomendação de São Tiago em sua carta, que se unam os doentes e interceda por ele: “A oração da fé salvará o doente e o Senhor o erguerá (…). Muito pode a oração fervorosa do justo” (Tg 5, 15-16).
É necessário, portanto, que façamos orações nas quais tanto individualmente como em comunidade intercedamos pelos outros. Isso nos abre o coração para sairmos de um modo de orar intimista, em que somente pensamos em nós mesmos, o que enfraquece nossa vida de amor ao próximo.
As mães, principalmente, devem orar por seus filhos. O exemplo de Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, que durante 22 anos orou intercedendo por ele diante de Deus para que se convertesse e se tornasse cristão, é famoso na Igreja. Deus não somente atendeu a suas súplicas, mas fez de seu filho um grande santo.
Finalmente, nós pedimos todos os dias a Maria, a mãe de Jesus, na saudação do anjo, na Ave-Maria, que interceda por nós: “Rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte”.
Oremos, portanto, e intercedamos uns pelos outros.
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