Como no tempo de Jesus não existia luz elétrica, televisão, carros, fábricas, brinquedos eletrônicos ou computador, a maioria do povo trabalhava na roça. Eram agricultores. Plantavam suas lavouras e tiravam da terra o próprio sustento. Ou seja, tudo de que eles necessitavam para viver, desde o pão até o azeite, usado não só na cozinha, mas também nas lamparinas e lampiões para iluminar suas casas à noite.
Jesus viu e acompanhou, muitas vezes, esse trabalho do homem no campo. A semeadura do trigo, por exemplo, era feita depois das chuvas do outono (a melhor época para começar as roças). Em geral, o semeador levava as sementes num cesto e ia jogando, com as próprias mãos, a semente sobre a terra, não se preocupando com o lugar onde caíam.
Eles faziam assam, porque era costume, naquele tempo, fazer primeiro a semeadura. Só depois é que se preparava a terra, arando-a, para deixá-la fofa e cobrir com ela as sementes. Para remexer o solo usava-se o arado, um instrumento de madeira com pontas de ferro e puxado por bois. Era costume, também, deixar os bois pisarem a semente para enterrá-la. Só que o cuidado do agricultor com a plantação ia até a colheita. E para ele, esse era um tempo de ansiedade e espera pêlos frutos que viriam.
Depois de ter escolhido e lançado a boa semente na terra, o agricultor sabia que muito dependeria do terreno, para que ele tivesse uma colheita grande ou pequena. Se fosse um terreno fértil (bom), muitas sementes vingariam. Se a terra Tosse ruim, daria poucos frutos.
Ao perceber a riqueza dos ensinamentos que essa experiência da semente trazia, Jesus quis servir-se dela, aproveitando de sua sabedoria para anunciar ao povo o Reino de Deus. Diante disso, você não acha que a missão de Jesus pode ser comparada à do semeador?
Preste atenção para ver se não é assim. Como o agricultor, Jesus também estava lançando uma semente: a Palavra de Deus no coração dos homens. Sem dúvida que era uma plantação diferente. Jesus sabia disso. Então, para que todos pudessem entendê-la bem, ele contou aos seus ouvintes a parábola do semeador. Acompanhe-a aqui. Na Bíblia, você a encontra no evangelho de São Lucas, capítulo 5, versículos de 5 a 8.
“O semeador saiu para semear as suas sementes. Enquanto semeava, uma parte delas caiu à beira do caminho e foi pisada e comida pêlos passarinhos. Outra parte caiu em cima das pedras. Brotou e secou, porque faltava terra úmida. Outra parte caiu no meio dos espinhos.
Os espinhos brotaram junto e sufocaram as sementes. Finalmente, outra parte caiu em terra boa, que brotou e deu muito fruto.” Depois de dizer essas palavras, Jesus parou por um instante e exclamou: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. O que significa dizer: quem quiser entender, entenda!
Você observou que nessa parábola Jesus fala de quatro tipos de terreno? Não só. Que ele compara cada urn deles com o coração do homem? E que Jesus conhece tudo e sabe muito bem como é, por dentro, o coração da gente. Alguns corações são muito duros, como o caminho onde todos passam. Outros têm pouca profundidade e falta espaço e condições para a semente crescer, como o ar, a água.
Há os que estão sufocados pêlos espinhos da ambição (desejo de conseguir poder, riquezas) e do egoísmo. Outros são como um terreno bom. Estes recebem com alegria a semente do Reino de Deus que Jesus plantou e dão uma ótima colheita. Seus frutos são sempre de bem: fé, bondade, justiça, amor e fraternidade.
Será que você reparou também numa outra coisa? Jesus não deu essa explicação para todas as pessoas que o escutaram. Ele só falou sobre o significado dessa parábola depois. Quando os seus amigos mais achegados lhe pediram para explicar o que ele havia dito, o povo já tinha ido embora. Era esse o modo de Jesus ensinar. Ele queria que as pessoas não só escutassem, mas pensassem e meditassem nas suas palavras para elas mesmas tirarem conclusões e agir de acordo com elas.
Você percebeu quantos ensinamentos ou lições de vida podemos tirar da parábola do semeador? O que significam, por exemplo, os espinhos no coração do homem? Por que eles atrapalham o crescimento da semente e as boas obras de nossa vida? Não é difícil entender essa mensagem. Assim, é possível vivê-la, para que ela dê frutos em nós.
Compare agora os espinhos com as suas preocupações e com os seus desejos. E quem é que não se preocupa, não é mesmo? Algumas preocupações, no entanto, não são necessárias. E são diferentes de pessoa para pessoa. Você já pensou alguma vez com que o pobre se preocupa? Para ele, por exemplo, o trabalho é uma grande preocupação, porque tudo depende do seu salário: o leite dos filhos, a comida, a roupa, a casa para morar…
Além disso, ele sonha muito em ter dinheiro e ser rico. E o rico? Que tipo de preocupação ele tem? Como não precisa do salário do mês para viver, ele está interessado em fazer bons negócios. Alguns pensam só em ganhar mais e mais dinheiro e naquilo que poderão comprar com esse dinheiro. O mais triste disso tudo, porém, é que muitas vezes exploram o pobre para conseguir mais posses e bens, como casas, terras, carros… E pensam só em si. São egoístas. Não percebem que os outros também têm o mesmo direito que ele. Nem vêem as necessidades das pessoas e não se dispõem a ajudá-las.
E então, deu para você entender a mensagem que a parábola do semeador comunica ao nosso coração? Que tal praticar esses e outros ensinamentos do semeador Jesus? Comece procurando descobrir que tipo de terreno é o seu coração e como você deve agir para ter um coração igual à terra boa da parábola. Dessa forma, ele estará pronto para receber a semente de bem que é a Palavra de Jesus e fazê-la dar muitos frutos. Imagine só que colheita maravilhosa Jesus faria, se todos os corações fossem como a terra boa! Como ele ficaria contente, não é mesmo? Não só. Certamente também você se sentiria muito feliz, dando a Jesus esse presente.
Fonte: Catequisar
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