Deus sempre se comunicou com os homens. Antes de Jesus vir ao mundo, Deus falava através dos profetas. Por isso, o povo judeu, escolhido para receber o Salvador, procurava observar direitinho a Lei de Moisés e os ensinamentos dos profetas.
Existia também muitos estudiosos da Lei entre eles, chamados de escribas. Além de estudar a Bíblia, eles explicavam ao povo o que ela dizia. Mas uma pergunta ficava sempre martelando na cabeça deles: qual era o maior mandamento da Lei? Era mesmo difícil saber, pois cada pessoa ou grupo tinha uma opinião a respeito. Uns diziam que o maior mandamento era adorar somente a Deus; outros que era respeitar o Dia do Senhor. Havia os que diziam que era dar a Deus o dízimo (o décimo de tudo o que possuíam). Com isso, o povo e os próprios escribas ficavam confusos.
Quando Jesus começou a ensinar, um escriba, não agüentando a curiosidade, perguntou a Jesus: “Mestre, para você que é tão sábio, qual é o maior mandamento”? Jesus respondeu: “O maior mandamento é o amor. Isso já está escrito na Lei. Como você lê”? E o escriba respondeu direitinho: “Na Lei está escrito que devemos amar o Senhor nosso Deus de todo o coração, de toda a alma, com toda a força e com toda a mente e ao próximo como a nós mesmos”. Então Jesus lhe falou: “Muito bem, se você observar esse mandamento já estará vivendo todos os ensinamentos da Lei e dos profetas”.
O escriba queria saber mais de Jesus. Só que naquela hora ele buscava uma desculpa para não seguir o mandamento do amor e tornou a perguntar: “E quem é o meu próximo, Mestre”? Jesus, que conhecia o coração dele, percebeu que esta pergunta era inteligente, mas um pouco maliciosa. Por conhecer a Lei, o escriba sabia que próximo significava vizinho, alguém que morava perto. Só que o mandamento do amor não queria dizer que era para amar somente as pessoas da mesma rua, vila ou cidade. Os próprios escribas ensinavam que próximo era todos.
Para satisfazer a curiosidade do escriba, Jesus lhe contou a história do bom samaritano, que se encontra no evangelho de São Lucas, capítulo 10, versículos de 25 a 37. Ele queria que, através da história, não só o escriba, mas todos nós entendêssemos bem o que significa ser próximo.
LIÇÃO DE AMOR
Certo dia, um comerciante judeu viajava de Jerusalém para Jericó, lá na terra de Jesus. A estrada era muito perigosa, porque naquela região tinha muitas colinas e pedreiras e também muitos assaltantes. Eles se escondiam nas montanhas e atacavam alguns viajantes para roubar suas mercadorias. O viajante judeu foi um deles. Os assaltantes tiraram suas roupas e tudo o que ele tinha. Bateram nele e o deixaram todo machucado; depois fugiram, abandonando-o quase morto na beira da estrada.
A única esperança daquele homem era que alguém passasse por ali e tivesse pena dele. Depois de algum tempo, ele ouviu, passos. Era um sacerdote. Animado, o judeu pensou: Certamente ele me ajudará, porque dedica sua vida a Deus e deve ter pena de mim”. Mas, que nada! O homem fingiu que não o viu e, atravessando para o outro lado da estrada, foi embora. Pouco depois, passou por ali um Levita (ajudante do sacerdote). Ele viu e até pensou em ajudar o ferido, mas, como estava atrasado para ir à igreja rezar, disse a si mesmo: “Não posso parar agora”. E foi embora, deixando o homem machucado sozinho.
O judeu não agüentava mais de dor e de sede. De repente, ouviu o barulho de um cavalo. Montado nele, estava um samaritano. O pior é que judeus e samaritanos não se davam. Por isso o ferido se entristeceu. Ele não podia imaginar que um inimigo pudesse socorrê-lo.
Mas, para sorte dele, estava enganado. Aquele samaritano era diferente dos outros e tinha um bom coração. Ao ver a necessidade do seu próximo, foi logo ajudá-lo. Desceu imediatamente do cavalo e deu água para o homem. Em seguida, fez curativos em suas feridas, usando como faixas partes de sua roupa. Depois, com muito cuidado, colocou o judeu em seu cavalo e o levou a um pequeno hotel perto dali, onde ele costumava ficar. Durante toda a noite o samaritano cuidou do ferido.
No dia seguinte, antes de prosseguir viagem, o samaritano disse ao dono do hotel: “Este homem não tem dinheiro, mas eu pagarei sua conta até que ele esteja bom. Cuide dele e não lhe deixe faltar nada. Fique com este dinheiro. Eu voltarei logo e pagarei tudo o que você tiver gasto a mais”.
SER PRÓXIMO É AMAR
Depois de contar a parábola, Jesus perguntou ao escriba: “Na sua opinião, qual dos três homens foi o próximo do judeu que caiu nas mãos dos assaltantes”? E o especialista da Lei respondeu: “Aquele que teve amor para com ele e o ajudou em sua necessidade”. Então Jesus lhe disse: “Muito bem, então, para ser próximo, você deve fazer a mesma coisa”.
Vamos ver agora, amiguinho, alguns pontos interessantes da história que Jesus contou.
Perguntando sobre quem era o próximo do homem machucado, o Mestre chamou a atenção do escriba e fez com que ele pensasse e respondesse a sua própria pergunta. Não só. Jesus também falou: “Não basta só responder bem, é preciso que você também faça a mesma coisa ao seu próximo”.
Bastante admirado, o escriba compreendeu que o ensinamento de Jesus tinha alguma coisa de novo. Você conseguiu perceber essa novidade? Então, preste atenção e veja se você concorda com Jesus. Ele mostrou, na parábola, que para o sacerdote e o levita era mais importante servir a Deus na igreja do que ajudar os necessitados. Porém, Jesus ensina que a misericórdia e o amor vêm em primeiro lugar. Ele disse isso ao elogiar a atitude do samaritano, como se ele fosse um herói.
Há outra coisa bem interessante para observar: o samaritano era inimigo dos judeus. Portanto, de acordo com a Lei, ele não era obrigado a ajudar um estrangeiro. Só que o samaritano não se importou com isso. Pelo contrário, ao ver a necessidade daquele homem todo machucado, ajudou-o em tudo, tratando-o como a um irmão ou filho seu. Agindo assim, aquele samaritano provou que, para seguir a nova lei ou a lei do amor ensinada por Jesus, precisamos deixar de lado a lei antiga que dizia pra gente amar o próximo e os amigos e odiar os inimigos. Mas a nova lei manda amar os inimigos, abençoar os que nos amaldiçoam, rezar pêlos que nos perseguem. Ah! Mas não é só isso que a parábola ensina.
Através dos gestos do samaritano, Jesus disse a todos que esse é também o jeito como Deus ama. O Pai do céu não faz distinção de pessoas. Ele ama todos como filhos e faz o sol brilhar sobre todos, justos e injustos.
O ensinamento desta parábola vale hoje para todos, especialmente para nós cristãos. Vamos ver juntos de que forma podemos ser bons samaritanos e dar provas de nossa fé no nosso dia-a-dia? Acompanhando a narração da parábola, percebemos que histórias como a do homem assaltado se repetem todos os dias. E muitas vezes as pessoas envolvidas nessas situações estão bem perto de nós.
Sendo assim, as pessoas necessitadas, hoje, são muitas. E como devemos fazer para ajudar, por exemplo, um doente, uma família que perdeu tudo, uma criança que se encontra perdida, um cego que precisa atravessar a rua? Nós estamos dispostos a ir ao encontro das pessoas, como fez o samaritano, ou só vamos à igreja para rezar e pedir a Deus que ajude a todos, esquecendo-nos de que Deus, se serve de nós para fazer o bem? E através da ação que a pessoa mostra se sua fé é ou não verdadeira.
Então, você não acha que podemos ser bons samaritanos também? Pessoas necessitadas é o que não falta perto de nós, não é mesmo? Para perceber as necessidades dos outros, basta ficar atentos ao que acontece ao nosso redor. Só assim descobriremos as ocasiões que teremos de ser próximos, indo ao encontro das pessoas e fazendo-lhes o bem.
Fonte: Catequisar
Sim sou eu. Sempre gosto de pesquisar algo para meus Encontros de Catequese. Obrigada!
Sim sou eu. Sempre gosto de pesquisar algo para meus Encontros de Catequese. Obrigada!
Ótimo arquivo.
E parabola mais bonita entre as que jesus conta mais essa aminha preferida muito linda
Muito bom!