Graças a Deus, sempre lembro com muita alegria, o tempo em que vivi quando criança. Para mim, foi um tempo de graças. Essas se deram por meio de altos e baixos. A vida é assim. Ela se faz e refaz nos seus avessos. E neste movimento a vida vai se fazendo e tornando tremenda.
Ao rezar com Nossa Senhora das Dores nos colocamos diante da passagem bíblica que diz: “Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena.” (Jo 19,25). Estamos diante do Calvário. Jesus elevado no madeiro da cruz. Três horas da tarde. Grande sofrimento para os que seguiam o mestre. Ali, aos pés do divino Senhor, sua mãe. Por mais que tentemos imaginar, creio que só uma mãe poderá contemplar o que Maria viveu nesta hora.
Olhando para Maria, mãe de Jesus, recordo às vezes em que fiquei doente em meio as dores e grande sofrimento. Minha mãe vinha, me dava um remédio e dizia: agora fique quietinho e espera que vai passar. Vai passar… E passa. Eu esperava confiante nas palavras da minha mãe. Vai passar!
Portanto, para quem busca se sustentar pela fé em Deus no Filho e envolvido pelo Espírito Santo, o sofrimento passa. Porque no transitório, somos alicerçados no amor de Deus, revelado plenamente no agir de Jesus. E o agir de Jesus, seus ensinamentos, presença é o “Remédio” para nossa alma. Cabe a cada crente, confiar e esperar que vai passar.
Essa atitude de “espera/confiante” parece ser algo passivo. Mais não é. Exige do homem/crente uma grande postura interior. Uma postura de total presença, tendo foco “Naquele” que tudo pode realizar, mesmo diante das nossas incertezas manifestas. Deus pode tudo. Essa certeza era ancorada em Maria diante do calvário. Ela não se perdeu em meio às dores. As dores não eram nada virtuais. As dores eram reais. Porém, eram passageiras. “Tudo passa” (Santa Teresa).
O que era firme em Maria, deve ser real em cada cristão católico, quando busca com um coração sincero aquele que está à porta e quer entrar em nossas vidas. “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo” (Apocalipse 3,20). Ele é o Deus do impossível. Falo por experiência.
Dores quem não as têm? Sofrimento que não os têm?
Assim como “obedecia” à minha mãe num grande espírito de confiança, obedeçamos àquela que sempre nos apontou para a fonte da vida.
Apenas, aquiete, espere… e vai passar!!!!
Com mãos postas evoco a bênção de Deus pra você e os seus!!!
Texto de: Frei Rothmans Campos, O.Carmo
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