A Igreja Católica tem em sua liturgia muito ritos e celebrações. Trata-se do que chamamos por mistagogia, conduzir ao mistério, unir catequese e liturgia. Só que é preciso atentar para o seguinte detalhe: não se deve fazer rito pelo rito, isto é, “por ser bonito”.
O rito significa, sobretudo, uma “passagem” de uma etapa para outra, de um momento para outro, de amadurecimento da fé. E quem já estudou um pouco do catecumenato vai saber do que estou falando.
Entregar um símbolo da nossa fé faz parte do “mistério” dela. Aguça nossos sentidos e mexe com nosso espírito. É o “sagrado”, o que é “espiritual” se tornando “físico” para que nossos olhos vejam e nossas mãos possam tocar.
De nada adianta entregar aos fiéis um papel impresso, uma vela ou qualquer outra coisa, se o “sentido físico” não estiver presente em seu coração. Não se deve, nunca, portanto, entregar símbolos, orações, praticar ritos, se antes não for feita uma catequese a respeito.
Já vi muitas celebrações lindas por aí, cheias de belas palavras, entradas, entregas, velas acesas, onde o catequizando nem imagina o que tudo significa.
A catequese catecumenal pretende fazer um resgate do que a Igreja perdeu de simbólico e ritual ao longo do tempo. E demora. Principalmente porque é preciso resgatar primeiramente os adultos que não conhecem esse lado da nossa Igreja e foram catequizados exclusivamente pelo método sacramental e do catecismo de perguntas e respostas.
Esses pequenos ritos que fazemos com as crianças, na verdade, têm a intenção de “tocar” o coração dos adultos, dos pais, familiares, padrinhos. Aqueles que têm mais maturidade para entender a complexidade da fé.
Às crianças podemos acolher, ensinar, orientar, mas elas só vão entender as simbologias quando tiverem maturidade suficiente para isso. O que se pode (e deve) fazer é o exercício de uma catequese explicativa, até detalhada em relação ao que se está fazendo e o que se pretende com os Ritos de entrega. Tudo para que a nossa fé não se transforme em mero ritualismo.
Adaptação de texto escrito por Ângela Rocha,
catequista e colunista da revista Sou Catequista.
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