O amor incondicional de Jesus por todos deve ser o alicerce de nossa resposta ao chamado de Deus.
Ao longo de nossa caminha, Deus vai nos chamando a ser, no mundo, um sinal de sua presença. E uma das maneiras de revelarmos o rosto d’Ele aos nossos irmãos acontece por meio da vivência de nossa vocação em sua plenitude.
Não basta dizermos ‘sim’, se a vocação à qual formos chamados não nos ensinar a amar. Nenhuma vocação será plena em seu significado se não cumprir a sua primeira e principal missão: amar. Sem amor, toda e qualquer vocação será estéril e pobre. A riqueza de um chamado está na capacidade que ele nos dá de amar o outro e Deus, a cada dia, de um modo mais profundo e pleno.
É conhecida a frase de Santa Teresinha do Menino Jesus: “Minha vocação é o amor”. Sim, na base de toda vocação estão impressas as marcas do amor de Cristo por cada um de nós. Esse amor incondicional de Jesus por todos deve ser o alicerce de nossa resposta ao chamado de Deus.
Quanto mais amarmos, mais estaremos vivendo a nossa vocação. E talvez esse seja o nosso termômetro vocacional. Olhemos para nossa caminhada e nos perguntemos: minha vocação é um sinal vivo e concreto do amor de Cristo por mim? No meu dia a dia, eu procuro viver esse amor no contato com meus irmãos e irmãs? Fato é que não basta dizermos que Deus nos ama se não vivemos essa realidade em nossos gestos ou palavras. Amor não sobrevive de teorias, amor é ação colocada em prática no contexto da vida.
Sem amor, nós nos desligamos da videira verdadeira, que é o Cristo Senhor. É sempre necessário voltarmos às fontes do amor de Cristo por nós. Com o tempo, corremos o risco de nos descuidarmos da fonte e começarmos a viver de acordo com nossas verdades. Abandonamos o essencial do chamado para nos prendermos ao periférico das teorias. Acabamos nos preocupando tanto com as coisas de Deus, que nos esquecemos d’Ele.
Uma vocação somente será frutuosa se cuidarmos dela com amor e vivermos o nosso chamado no amor de Deus, fonte e origem de nossa existência. Quanto menos amor estiver injetado em nossa veia vocacional, menor será nossa solidariedade, paciência, misericórdia, acolhida e ternura com o outro.
O amor é alimentado com as boas obras, com uma vida de intimidade com Jesus Cristo, com a vivência fecunda da Palavra de Deus, com uma vida eucarística e a certeza de que sem amor nossa vocação é apenas uma função a ser executada, mas não um chamado a ser vivenciado em sua essência.
Um chamado vocacional está sempre ligado ao jeito que amaremos. O carisma de uma vocação é sempre o amor em primeiro lugar. Os meios que esse amor será colocado em prática são os caminhos para realizarmos esse carisma. O mundo necessita de pessoas que vivam sempre mais conscientes de sua vocação e amem em todo tempo e lugar.
Só vai compreender a autenticidade da sua vocação aquele que cultivar no coração um amor incondicional por Jesus Cristo, presente em cada irmão e irmã.
Padre Flávio Sobreiro,
Padre da Arquidiocese de Pouso Alegre, MG.
Fonte: Canção Nova.
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