O mundo tem suas marcas, seus sinais, como sinais dos tempos, que precisam ser bem entendidos e interpretados. No Apocalipse fala de um “grande sinal” que apareceu no céu. Sinal sem identidade, chamado apenas de “mulher”. Ela é adornada pelos astros e como figura central de toda criação. Aparece também a figura de um “dragão”, adornado pelo poder humano, simbolizando as forças da terra (Ap 11.12).
O momento brasileiro parece apontar, através de fatos e sinais, para grandes dificuldades na economia, na política, nas questões sociais e religiosas. Os escândalos públicos evidenciam uma insatisfação na população, sinal de que as coisas não vão bem. Há uma insegurança em relação à política e aos políticos, política que se transforma em politicagem e cabido de emprego para os carreiristas.
Falta um sinal concreto que seja capaz de levantar a autoestima do brasileiro. Estamos vivendo uma crise de lideranças comprometidas com o povo, e confiáveis. Será que essas pessoas não nasceram, ou se existem, foram contaminadas pelo clima de secularização antiética e amoral em relação à condição e administração da coisa pública?
O sinal de Deus vem sendo muito esquecido, a não ser nos momentos de extrema necessidade. O mal domina o coração e a mente de muita gente. O que pensa a juventude de hoje? Que idealismo de futuro domina seu pensamento? Agosto, para os católicos, é mês vocacional, convite aos jovens para refletir sua realização de vida, passando por compromisso sério consigo mesmos.
Não podemos nos conformar com esperanças vãs, porque nossa fé não é inútil. Deus é segurança e firmeza para quem O procura com sinceridade. Ele é o grande sinal de vida plena e feliz. Fé transformada em gestos concretos de amor e de caridade para com o próximo mais necessitado.
Na Igreja temos os religiosos e as religiosas, como sinais na sociedade, pessoas que se apresentam comprometidas com uma causa voltada para a construção de um mundo melhor. Deixaram tudo para terem tudo. Chamamos a isso de vocação, de escolha de vida de doação à causa do Reino de Deus.
Por Dom Paulo Mendes Peixoto – Arcebispo de Uberaba (MG)
Comments0