Desde o início de seu pontificado, o Santo Padre, Papa Francisco, insiste na ideia de que a santidade é concreta e não se relaciona com atos grandiosos, mas começa nos pequenos gestos, no dia a dia. Em uma celebração, o Papa usa o termo “classe média da santidade” e nos dá conselhos de como viver a santidade na realidade de cada um.
Diferentemente do que muitos pensam, santidade não é ser invulnerável, um super-homem ou super-heroína, muito pelo contrário. Em nossas vidas deparamos com inúmeros santos que se esforçam para buscar a santidade com simplicidade. Pode parecer loucura, mas ser santo é ser pecador, é reconhecer-se pecador. Reconhecendo-se como tal, acolhemos a salvação de Cristo em nossas vidas, ou seja, “humilhação nossa para que Cristo cresça”, assim afirma o Papa que “Os santos são pessoas que antes de chegar à glória do Céu viveram uma vida normal, com alegrias e tristezas, fadigas e esperanças, mas, quando conheceram o amor de Deus, seguiram-no de coração, sem nenhuma condição ou hipocrisia”.
Temos como exemplo a conversão de São Paulo, que antes era considerado “inimigo da Igreja” e tornou-se amigo de Jesus. O Papa Francisco sustenta que o coração de São Paulo, enquanto Saulo, foi mudado e que ele não se viu como convertido, santo em sua fase final, mas como aquele que muito precisava de Jesus para viver de fato aquilo que o Senhor lhe pedia. Paulo pregou o Evangelho em todos os lugares por onde passou e findou sua existência terrena acolhendo a morte como Jesus assim o fez.
O Santo Padre afirma que São Paulo escreve a pessoas pecadoras, filhos da Igreja santificada pelo corpo e sangue de Cristo. Assim, “A santidade é um dom de Jesus à sua Igreja e, para fazer isso, escolhe pessoas a quem tem trabalho de santificar”.
O Papa afirma que os santos são “amigos de Deus” e asseguram que essa promessa não decepciona. Em sua existência terrena, eles viveram em profunda comunhão com Deus, tornando-se semelhantes a Ele. No rosto dos irmãos humildes e desprezados, viram o rosto de Deus, e agora o contemplam face a face em sua beleza gloriosa.
A santidade, como o trabalho do médico ou do psicólogo, não é para si; serve para si, mas, em segunda instância, é sempre para o outro. Os santos, por assim dizer, dedicaram suas vidas “(…) a serviço dos outros, suportaram os sofrimentos e adversidades sem odiar e respondendo ao mal com o bem, difundindo alegria e paz. Os santos nunca odiaram. O amor é de Deus, mas o ódio vem de quem? Vem do diabo. Os santos são homens e mulheres que têm alegria no coração e a transmitem aos outros. Não devemos odiar os outros, mas servir a eles, aos necessitados, rezar e nos alegrar: esse é o caminho da santidade”, diz o Papa.
Ser santo não é ser melhor que os outros, muito menos uma ocupação de melhores “como se alguém recebesse uma grande herança”. Todos nós recebemos a herança de nos tornarmos santos no Batismo. Ser santo é uma vocação para todos. Somos chamados a percorrer o caminho da santidade e o caminho que leva à santidade tem um nome e um rosto: Jesus Cristo. No Evangelho, Ele nos mostra a estrada das bem-aventuranças.
Somos chamados a aderir amorosamente ao chamado que o Senhor nos faz de sermos santos. Esse caminho, diz o Papa, “(…) não se percorre sozinho, mas juntos, no único corpo que é a Igreja, amada e santificada pelo Senhor Jesus Cristo. Vamos em frente com ânimo nesse caminho da santidade”.
A santidade não está reservada aos padres e bispos: “Não, todos somos chamados a ser santos! Muitas vezes somos tentados a pensar que a santidade só está reservada àqueles que têm a possibilidade de se desapegar dos afazeres normais para se dedicar exclusivamente à oração”.
Na escola, no trabalho ou no “busão”, santo se faz em todo lugar, no dia a dia, afinal, isso é coisa de cristão. Sobre isso, Francisco afirma que a santidade se faz “(…) nas ocupações de cada dia e no estado de vida em que se encontra: consagrado, casado, solteiro. O que se espera é que se cumpra com honestidade e competência o trabalho, oferecendo tempo ao serviço dos irmãos. Ali onde trabalha você pode se tornar santo”.
Não existe “cara de santinho”, isso está além das aparências. “Alguns pensam que a santidade é fechar os olhos e fazer cara de santinho. Não! A santidade não é isso! A santidade é algo maior, mais profundo, que Deus nos dá”, afirma o Papa. O chamado é feito a todos e de forma pessoal. Aquele que adere a esse estilo de vida o faz de forma alegre.
A transmissão da fé deve acontecer em casa; seguir Jesus se dá, inicialmente, por meio da aprendizagem e só se ama aquilo que se conhece. Segundo o Papa, aqueles que ensinam – pais, avós e demais parentes – alcançam a santidade. Esse ensino se dá de forma paciente e nisso consiste a santidade nesse ato.
Nunca será possível alcançar a santidade disseminando a fofoca. Como exemplo, o Santo Padre fala da pessoa que vai ao mercado fazer compras e encontra uma vizinha, conversa e depois começa a falar da vida alheia, porém, a outra pessoa diz: “Não! Não posso falar mal de ninguém”; a santidade consiste em romper com o mau hábito da fofoca.
A oração é a chave para a santidade. Oração e ação, juntas, formam um verdadeiro caminho para ser santo. Rezar é se colocar como necessitado diante de Deus e dos irmãos, é reconhecer que precisamos do Senhor. O Papa recomenda a nós: “Ir à Missa aos domingos, comungar, confessar-se. A recitação do Rosário contribui para nossa santidade. Ao rezar na rua, ver um pobre, devemos parar e dar atenção a esse necessitado: é um passo rumo à santidade! São pequenas coisas. Cada passo rumo à santidade fará de nós pessoas melhores, livres do egoísmo e do fechamento em nós mesmos, abertos aos irmãos e às suas necessidades”.
Diante desse caminho rumo à santidade, faça um exame de consciência e pense no que precisa exercitar. Exercite item por item ao longo das semanas.
INTENÇÕES DE ORAÇÃO DO SANTO PADRE CONFIADAS À SUA REDE MUNDIAL DE ORAÇÃO
Pelas crianças que sofrem
Para que as crianças que sofrem – as que vivem na rua, as vítimas das guerras, os órfãos – possam ter acesso à educação e possam redescobrir o afeto de uma família.
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