Neste mês de fevereiro, o Brasil vivenciará o período carnavalesco e, apesar de muitas pessoas gostarem desse tipo de festa, outras tantas decidem aproveitar esse feriado para viver retiros espirituais, dentre as vastas opções proporcionadas pela Igreja, nos seus diferentes carismas. Antes do retiro é hora de subir a montanha. Terminado o retiro é hora de voltar à realidade do dia a dia, quer dizer, descer da montanha e colocar em prática aquilo que foi partilhado.
Os textos da Sagrada Escritura, quando dizem que Jesus subiu até o alto da montanha, relatam que Ele assim o fez para estar a sós com o Pai, isto é, subiu para orar, para se distanciar daquilo que muitas vezes impede o clima de oração. O alto da montanha possibilita um lugar de paz, de silêncio, onde se pode ouvir a voz do coração e, sobretudo, estar em comunhão com Deus. Perceba que, antes de Jesus realizar um projeto, Ele ia à montanha; em seguida, descia dela para cumprir tal missão. “Jesus foi à montanha para orar e passou a noite inteira em oração a Deus. Depois que amanheceu, chamou os discípulos e dentre eles escolheu doze, aos quais deu o nome de apóstolos. Desceu com eles e parou num lugar plano, onde havia numeroso grupo de discípulos e imensa multidão de pessoas de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e Sidônia. Tinham vindo para ouvi-lo e ser curados de suas doenças. E toda a multidão procurava tocá-lo, porque dele saía uma força que a todos curava.” (Lc 6,12-13.17.19)
Tendo como exemplo as atitudes de Jesus, pode-se dizer que participar de um retiro de carnaval é como o ato de subir a montanha, visto que carnaval é um período muito barulhento, em que os sons se sobrepõem ao silêncio, a depender do local, e quem deseja aproveitar esses dias para momentos de reflexão outra coisa não faz que se retirar a um local mais tranquilo.
Quando se chega ao retiro o clima é propício à oração, à meditação da Palavra de Deus e ao louvor e os participantes entram na dinâmica da programação de tal modo que aqueles momentos passam a ser valiosíssimos. Por exemplo: existem pessoas, sobretudo jovens, que nunca participaram de um retiro de carnaval e ficam maravilhados com a experiência que é, por assim dizer, de conversão. Há muitos casos de gente que teve a vida transformada em retiros. É nesse ínterim que a pessoa percebe que sua vida é preciosa aos olhos de Deus e que estar com Ele é a melhor opção.
E quando chega a ora de descer da montanha, de voltar à realidade? Muitos têm medo de voltar à vida errante, de não conseguir em seu cotidiano buscar uma vida santa e ser aquilo que Deus quer, até porque estar em retiro é, de certa forma, um conforto espiritual; porém, é preciso compreender que, depois de uma experiência como essa – assim como em uma noite de oração, como fizera Jesus no alto da montanha –, é preciso ter a coragem de descer para colocar em prática tudo aquilo que foi vivido.
Após um retiro, voltar às atividades, com fé, é ter a certeza de que Jesus vai conduzindo seus passos e dando-lhe forças a fim de que, mesmo estando no mundo não seja do mundo, como diz São Paulo; seja uma luz diante das trevas; uma esperança diante das desesperanças; um exemplo de perseverança diante das provações; enfim, um jovem cristão autêntico e destemido, pois ter tido a experiência de estar com Deus é garantia de tê-lo lado a lado na caminhada.
Coragem! É hora de fazer uma boa escolha neste carnaval. Que tal um retiro?
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