O sucesso de muita coisa depende de uma boa preparação, da capacidade de saber projetar, começando por bons cálculos, tendo em vista o objetivo concreto a que se deve atingir. Não pode ser diferente o tempo chamado de Advento, porque projetamos a realização da grande festa do nascimento de Jesus Cristo, festa do Natal do Senhor. É fundamental investir nesse tempo que a precede.
Existe uma ambiguidade na história humana, e com marcas muito negativas. Por causa disso, muita gente vive desanimada, sem esperança e não acreditando no futuro. A solidez da história humana está fundamentada na luz da Palavra de Deus e na capacidade que as pessoas têm para construir os ambientes e a própria dignidade. Não precisa “ganhar na loteria”, mas acreditar na presença de Deus.
Mesmo estando no “fundo do poço”, num esforço contínuo e confiante, tanto a natureza quanto a pessoa humana, é capaz de recuperar sua originalidade. Mas é preciso dar condições para que isso aconteça. É o que o tempo do Advento quer proporcionar para os cristãos desconsolados e sem rumo: preparar-se para o Natal.
Muitas pessoas têm um coração de deserto, como um lugar de solidão, de instabilidade e de falta de segurança. Possivelmente, a única certeza para refúgio seja em Deus, que parece estar distante delas. Não conhecemos e nem podemos julgar esses corações, mas sabemos que ali está a possibilidade de grandes vitórias.
Na preparação para o Natal, que o Advento propõe, é indispensável haver sensibilidade e esforço da parte de cada pessoa. Podemos até dizer de processo de viabilidade e de permissão para o encontro com Jesus Cristo, de conversão para uma vida nova, enraizada nas palavras do Evangelho do Senhor. Nunca deixar passar as oportunidades pontuais para o encontro com o Senhor.
Nas situações normais da vida, na convivência cotidiana, as pessoas enfrentam os condicionamentos baseados nos princípios do bem e do mal. Sempre têm que fazer escolhas e opções. O bem precisa vencer, mas depende de discernimento e de abertura do coração para o Menino Jesus do Natal.
Por Dom Paulo Mendes Peixoto – Arcebispo de Uberaba (MG)
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