São Pedro, destemido, testemunha que Jesus ressuscitou e acusa as autoridades judaicas como responsáveis pela morte do Mestre: “Eles o mataram, suspendendo-o em um madeiro” (At 10,39). Essa mudança se deu após Nosso Senhor ter prometido o Espírito Santo aos discípulos: “Descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas (…) até os confins do mundo” (At 1,8).
Nós já somos batizados e recebemos o mesmo Espírito Santo que os apóstolos, mas, como seremos testemunhas de Jesus? Bem, poderemos nos apresentar diante dos irmãos como testemunhas da ressurreição se tivermos abandonado as obras da morte espiritual e abraçado a vida nova com Cristo, com outras atitudes: em vez de pagarmos mal com mal, promovermos o diálogo; em vez de cometermos adultério, sermos fiéis; em vez de estarmos ausentes e “fugirmos” dos nossos familiares, estarmos presentes, próximos, interessados nos assuntos dos outros, principalmente das crianças; em vez de termos pressa, termos coragem de gastar o tempo, colocando-nos no lugar do outro, com paciência, acolhendo-o, mesmo que seja para jogar conversa fora. Desse modo, conseguiremos ser testemunhas de Cristo ressuscitado por atos que todos poderão verificar.
São Paulo nos lembra que a vida nova completar-se-á somente no Céu, após a morte. Neste mundo, porém, com o auxílio divino, devemos preparar a outra vida com nossos gestos de amor, doando-nos aos irmãos e sentindo-nos felizes quando os pudermos servir, portanto, o apóstolo não quer dizer que não devemos nos interessar pelas coisas deste mundo, mas que não devemos considerá-las como a nossa finalidade principal, pois elas ficarão aqui e nós iremos para junto de Deus um dia, levando conosco as obras boas que, pela graça dele, tivermos praticado.
Os apóstolos, sem dúvida, tristes pela morte do Mestre, permanecem fechados no Cenáculo, com medo dos judeus. Deus, porém, mostrando a mudança social provocada pela ressurreição de seu Filho, serve-se de uma mulher (que era, então, desprezada pela sociedade judaica e cuja palavra não era levada a sério) para anunciar ao mundo que seu Filho muito amado tinha vencido a morte, ressuscitando ao terceiro dia, conforme havia profetizado.
Que neste mês possamos celebrar a Páscoa de Jesus com serenidade de filhos que confiam na ação libertadora e transformadora do Pai, munidos de espírito profético, anunciando a todos os cantos que Ele venceu a morte e vive em nosso meio. Aleluia!
NOTAS MARIANAS
EM LOUVOR A NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO
O dogma da assunção foi proclamado pelo Papa Pio XII, no dia 1º de novembro de 1950, Festa de Todos os Santos, dando origem à devoção a Nossa Senhora da Assunção e à Festa da Assunção de Maria, celebrada a 15 de agosto. Na Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, Pio XII definiu o dogma da assunção de Nossa Senhora em corpo e alma ao Céu. O Papa afirmou-o ao escrever “A imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre foi assunta em corpo e alma à glória celestial”.
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