Meus amigos protestantes não me entendem, querido leitor… Dizem que me converti graças a eles (o que é verdade); dizem que meu coração se incendiou quando aprofundei nas raízes no catolicismo; dizem que não compreendem minha atitude.
Tentei explicar-lhes várias vezes a certeza que sacia meu entendimento quando vivencio o momento da consagração na missa. Eu sei que essa hóstia é Cristo, aquele que andava pela Galileia há dois mil anos, aquele a quem dos cristãos chamam de Deus.
Ele vive, existe, respira, anda, assim como fazia antes, e sei que olha para nós lá do altar. A única diferença entre aquele e este é que agora Ele vive dentro do incomensurável mistério que supõe sua existência verdadeira dentro de um pequeno pedaço de pão consagrado.
Nem preciso dizer que minha afirmação parece um absurdo para eles, né?
“Ah, tenha dó… Maria?”, dizem, entre gargalhadas.
“Cristo vivo em um pedaço de pão? Você tem coragem de afirmar isso em pleno século 21?”
Eu mordo a língua e não respondo, me seguro. Mas há algo em suas teorias anglicanas que me derruba, me fere e me deixa indefesa. Isso acontece quando insistem em saber se nós, católicos, realmente acreditamos que Jesus está vivo na hóstia, e eu respondo sempre: “É claro que sim!”.
Então eles me olham e balançam a cabeça, com cara de dó. “Coitada”, sussurram.
Mas por que resistem tanto a acreditar nisso? Por que é tão estranho para eles que nós acreditemos na transubstanciação? Esta é a pergunta que não quer calar.
E a resposta que me dão me deixa perplexa e abatida: “Porque se os católicos realmente acreditassem em tal afirmação, por acaso não passariam a vida inteira em adoração permanente aos pés dos sacrários?”.
“Vocês não fazem isso; suas igrejas estão vazias e nem todas oferecem a adoração eucarística. Os católicos são uns pobres loucos, isso sim”, concluem.
Eu abaixo a cabeça com tristeza. Acho que os católicos não estão loucos, não. Mas nos falta muita, muita, muita fé.
Que Deus nos perdoe por tanto desprezo à sua santa Presença.
Por Revista Misión
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