Chegou o mês de junho e, com ele, as comemorações de Santo Antônio, São João e São Pedro, três santos popularmente conhecidos e celebrados sobretudo na região Nordeste, onde as comemorações se dão de modo acentuado no aspecto cultural, mas que no âmbito religioso trazem uma forte inspiração de valores para o jovem que deseja trilhar o caminho do bem.
As devoções populares no Brasil são vistas tanto no aspecto cultural quanto no religioso. Às vezes é dada uma atenção muito grande ao cultural, como, por exemplo, Santo Antônio casamenteiro, a fogueira de São João e de São Pedro, mas, esquece-se de olhar para a essência daquela devoção que é o viés espiritual. Nenhuma devoção popular é desprovida do espiritual, mesmo que ela venha a ser mais conhecida culturalmente, como é o caso desses santos, que no Nordeste do Brasil têm até feriado para comemorá-los, além de grandes festas.
Ao conhecer a história dos santos, percebem-se muitos valores. Santo Antônio de Pádua, celebrado no dia 13 de junho, tem uma história de vida muito interessante. Nascido em Portugal, de família nobre, não se apegou à riqueza proporcionada por seus pais e desejou seguir a vida religiosa para se ofertar ao Reino de Deus. Com apenas 15 anos, entrou na Ordem dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho, sendo ordenado sacerdote aos 24 anos. Desejoso de uma vida espiritual mais severa e ao conhecer pessoalmente Francisco de Assis, decidiu deixar os agostinianos para seguir a Ordem dos Franciscanos, por meio da qual ofertou sua vida aos mais pobres. Com isso, um dos valores que o jovem pode extrair da vida de Santo Antônio é o de não se apegar às riquezas e deixar-se conduzir por Deus, amando os pobres e sendo para eles um sinal de esperança. Há uma célebre frase desse santo que resume suas atitudes: “Cessem as palavras, falem as obras!”.
São João, celebrado no dia 24 de junho, tem uma história que surpreende. Filho de pais idosos, Zacarias e Isabel, seu nascimento já é um grande sinal de fé e esperança porque, além da idade, sua mãe era estéril e o pai havia ficado mudo, mas foi quem lhe deu o nome e a partir disso voltou a falar. Tais fatos comprovam que a missão de João seria grande, pois do aparente caos ele foi gerado e seu nascimento é prova de que Deus pode realizar o impossível. Conforme a Sagrada Escritura, João foi o último dos profetas antes da chegada do profeta por excelência, Jesus Cristo. Foi aquele que gritou fortemente “Eu sou a voz de quem clama no deserto: endireitai o caminho para o Senhor!” (Jo 1,23). A vida de João, desde o seu nascimento, inspira o valor da confiança. O jovem que confia plenamente em Deus vê o impossível se realizar em sua vida.
A figura de São Pedro, por sua vez, celebrado no dia 29 de junho, carrega em si um grande valor, o da conversão sincera. Simão, seu nome de origem antes de conhecer Jesus, era um simples pescador, homem impulsivo, rude. Depois de ouvir o chamado do Senhor, largou tudo para segui-lo, sendo por Ele chamado de Pedro, então homem firme, amável, fiel em tudo ao Senhor, que depois lhe confiaria a sua Igreja. Desse modo, houve um antes e um depois na vida de Pedro, a quem diz para aquele que é a causa dessa mudança: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna!” (Jo 6,68). Toda conversão é mudança radical de atitudes e gera, de fato, vida eterna!
Por isso, neste mês de junho, muito mais do que comemorar de modo cultural os santos juninos – Santo Antônio, São João e São Pedro –, celebre-os espiritualmente e colherá valores como os da pobreza, da confiança e da conversão, que lhe possibilitarão seguir, cada vez mais e melhor, o caminho do bem!
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