Sabemos pela história que o reino de Davi terminou com as invasões sucessivas de seu território. No entanto, Deus lhe havia prometido que sua descendência seria para sempre. Pois bem, Isaías antevê o reino do Messias: acabariam as perseguições e as injustiças contra os pobres. Essa visão maravilhosa da paz era figurada pelo sossego entre os animais: “Então, o lobo será hóspede do cordeiro, a pantera se deitará ao pé do cabrito” (Is 11,6).
De modo semelhante, entre os homens não haveria mais desigualdade, o rei defenderia os direitos dos pobres. Quando seria esse tempo maravilhoso em que haveria paz entre todas as nações, as guerras dariam lugar ao amor entre os povos? Quando nasceu Jesus. Ele é o rebento da família de Davi, conforme tinha profetizado Isaías. Não haveria mais fome, o pão seria partilhado com quem não o tivesse. O egoísmo seria varrido da face da Terra e as pessoas se quereriam bem, uma buscando a felicidade da outra!
Constatamos, entretanto, que a cada dia surgem novos conflitos. O egoísmo campeia entre as pessoas; no entanto, o rebento da família de Davi já nasceu do tronco de Jessé. Jesus já nasceu há 2 mil anos e continua a haver violência, vinganças e mortes por ganância do dinheiro num espiral sem fim.
Infelizmente, assistimos a tudo isso e não temos coragem de rezar para Deus nos dar forças para vencer nosso egoísmo, que nos leva a cruzar os braços esperando que os outros partilhem seus bens com os pobres. No entanto, sem nossa cooperação, sem nos decidirmos a fazer nossa parte de santificação não haverá Natal em nossos corações, em nossas famílias, em nossa pátria, no mundo.
São Paulo nos adverte para não cairmos na tentação de julgar aqueles que nos parecem estar longe de Deus como se eles fossem os pecadores e nós, os santos. Só o Espírito de Deus é quem perscruta os corações e conhece as pessoas. Todos somos pecadores. Escreveu o apóstolo “Por isso, acolhei-vos uns aos outros, como Cristo nos acolheu para a glória de Deus” (Rm 15,7).
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