Talvez alguns jovens não se deem conta de que há pecados que ferem gravemente o amor a Deus sobre todas as coisas e partem do princípio de fechar o coração ao amor divino, o que fará com que não se conheça a plenitude do amor que é o próprio Deus.
O Catecismo Jovem da Igreja Católica, conhecido como Youcat, apresenta no número 355 tais proibições quanto ao primeiro mandamento. A primeira diz que é proibido “venerar outros deuses ou divindades falsas, adorar um ídolo ou vender a alma a um bem terreno (dinheiro, influência, sucesso, beleza, juventude etc.)”. Diante de uma sociedade que preza muito o ter e o prazer em detrimento do ser, muitos acabam por reverenciar falsos deuses, oriundos do seu imaginário e que satisfazem a sua vontade e alimentam seu ego. Por exemplo, a influência ou fama é um falso deus. Ser alguém conhecido, famoso, não é pecado, porém, quando a fama passa a ocupar o primeiro lugar na vida e é desejada a qualquer preço aí sim se torna um pecado. Igualmente são os demais bens terrenos, como o Youcat apresenta.
A segunda proibição é “ser supersticioso, isto é, em vez de crer no poder, na orientação e na bênção de Deus, aderir a práticas esotéricas, mágicas ou ocultas, incluindo a adivinhação e o espiritismo”. Nossa! Como essa realidade da superstição assalta por demais a juventude! É preciso levar os jovens a pensar sobre Deus e saber que somente a Ele deve ser dada toda honra, glória, poder, soberania e majestade, além de se deixar guiar por Ele, porque quem assim procede não se torna supersticioso, quer dizer, não se deixará conduzir pelo esoterismo, magia ou ocultismo.
Uma terceira proibição é “provocar Deus com palavras e atos”. Ninguém, no bom uso de sua consciência, deve provocar o Senhor, porque dessa forma é como se quisesse estar no mesmo nível de Deus. Com Ele se dialoga por meio da oração, mas, sem provocá-lo. Jesus, que é Deus feito homem, por meio da oração do Pai-Nosso ensinou a humanidade a chamar Deus de Pai e a reconhecer que a vontade dele é o melhor para a vida de todo aquele que o invoca. Certamente, quem não reza não se lança no querer do Senhor e corre o risco de insultá-lo, cometendo assim um pecado.
Quarta proibição é cometer um sacrilégio. Convém deixar bem claro o que é sacrilégio. Diz o Youcat: “Latim sacrilegium = roubo num templo. É o roubo, a violação ou a profanação de algo sagrado”. O que é sagrado deve ser sempre velado, preservado e ser mantida sua dignidade. A hóstia, por exemplo, após ser consagrada na santa Missa passa a ser corpo e sangue de Nosso Senhor, Jesus Cristo. O sacrário, que é o local sagrado onde são guardadas para a comunhão aos enfermos e a adoração eucarística, deve ser altamente preservado, pois ali dentro não se conserva algo qualquer, mas sim o próprio Jesus em forma de Eucaristia. Daí a importância de velar e zelar pelo ambiente da capela do Santíssimo Sacramento onde fica o sacrário, pois violar a Eucaristia é um pecado grave.
A quinta e última proibição é “adquirir poder sagrado de um modo corrupto e profanar o sagrado comercialmente (simonia)”. Apresenta esse aspecto de modo bem claro o Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 2121 “A simonia define-se como a compra ou venda das realidades espirituais. A Simão, o mago, que queria comprar o poder espiritual que via operante nos apóstolos, Pedro responde: ‘Vá contigo o teu dinheiro para a perdição, porque julgaste poder adquirir por dinheiro o dom de Deus’ (At 8,20). O apóstolo conformava-se, assim, à Palavra de Jesus: ‘Recebestes de graça, pois dai gratuitamente’ (Mt 10,8). É impossível alguém apropriar-se dos bens espirituais e comportar-se a respeito deles como proprietário ou dono, pois eles têm a sua fonte em Deus e só dele se podem receber gratuitamente”.
Após esse percurso, convém lembrar que para não cair na tentação de cometer tais pecados é preciso ter o coração aberto a Deus, buscá-lo por meio da oração e deixar-se conduzir por sua santa vontade que, sem sombra de dúvida, é o melhor para sua vida. Assim amará a Deus sobre todas as coisas. Esse caminho, por sua vez, só você pode trilhar e experimentar. Avante!
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