“Não esqueças as dores da tua mãe.” (Eclo 7,27b)
A coroa de Nossa Senhora das Dores nasceu na Itália em 1617, na Ordem dos Servos de Maria, assim como a Missa em honra de Nossa Senhora das Dores, que atualmente é celebrada no dia 15 de setembro em toda a Igreja. Os que rezam esse exercício de piedade meditam sobre o caminho de fé da Virgem e contemplam sua união à obra redentora de Cristo, seu Filho, “homem das dores” (Is 53,3), mediante a qual Deus quis “reconciliar consigo mesmo todas as coisas, tanto as terrestres como as celestes, estabelecendo a paz pelo seu sangue derramado na cruz” (Cl 1,20), explica Frei José (Milanez, 2004, 35).
Verdadeiramente essa devoção é fundamentalmente cristológica, pois contemplar as dores de Nossa Senhora é contemplar as dores de seu Filho, causa das dores de sua mãe. De fato, “Na Virgem Maria tudo se relaciona a Cristo e tudo dele depende”, destaca a Exortação Apostólica Marialis Cultus (Paulo VI, 1974, 25). Essa união de Maria ao mistério da redenção confere a tal devoção a eficácia do sacrifício redentor de Cristo, para a Igreja e para a vida de cada cristão.
Vale ressaltar que essa devoção, ao nos associar ao mistério da redenção em Cristo, faz de nós vencedores nos combates contra o mal, contra aquele que se fez inimigo de Deus, da mulher (cf. Gn 3), e faz guerra contra sua descendência (cf. Ap 12,17).
Coragem! Como fiéis da Igreja militante, que lutam contra o demônio, o mundo e a nossa natureza corrompida, tomemos em nossas mãos a coroa de Nossa Senhora das Dores, como arma eficaz para vencermos no combate espiritual. Seguindo o caminho de fé de Maria, unamos nossos sofrimentos aos de Cristo e os ofertemos também ao eterno Pai, a fim de que cheguemos à glória da ressurreição.
Introdução
Memória das Dores de Maria (após contemplar cada dor, reza-se um Pai-Nosso, sete ave-marias e um Glória ao Pai)
1ª dor: Maria acolhe, com fé, a profecia de Simeão (cf. Lc 2,34-35).
2ª dor: Maria foge para o Egito com Jesus e José (cf. Mt 2,13-14).
3ª dor: Maria procura Jesus perdido em Jerusalém (cf. Lc 2,43-45).
4ª dor: Maria encontra-se com Jesus no caminho do Calvário (cf. Lc 23,26-27).
5ª dor: Maria permanece junto à cruz do seu Filho (cf. Jo 19,25-27).
6ª dor: Maria recebe nos braços o corpo de Jesus deposto da cruz (cf. Mt 27,57-59).
7ª dor: Maria leva ao sepulcro o corpo de Jesus à espera da ressurreição (cf. Jo 19,40-42).
Ó Deus, por vosso admirável desígnio, dispusestes prolongar a paixão do vosso Filho, também nas infinitas cruzes da humanidade. Nós vos pedimos: assim com quisestes que ao pé da cruz do vosso Filho estivesse sua mãe, da mesma forma, à imitação da Virgem Maria, possamos estar sempre ao lado dos nossos irmãos que sofrem, levando amor e consolo. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém.
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