*A comunidade familiar representa o primeiro lugar de referência para a iniciação à Igreja. A opção de uma estratégia de evangelização de lares indiferentes à fé deve ser feita no lugar, em grupo, com o responsável da pastoral.
A família, com seus pais, irmãos, avós e tios, continua sendo o lugar das primeiras manifestações da criança: ouvidos, olhos e linguagem. O meio ambiente que marca, porque nele se dão os primeiros passos para alcançar um objetivo. Ele é comido, bebido, sugado, mas não filtrado. É a oficina onde as primeiras experiências são forjadas!
Entender isso, para os catequistas, é um desafio: é com tudo que aconteceu na família que eles terãoo de lidar na catequese.
Vocês conhecem as imagens de Jesus e da Igreja que lhes chegam às mãos com as crianças. Mas também estarão conhecendo o deserto e a fome de certas crianças, as quais vem lhes pedir que supram suas necessidades.
Em virtude de sua atividade, vocês são chamados a entrar em contato com as famílias das crianças que estão na catequese, seja com os pais, seja com aqueles que os substituem nesse papel.
®Em primeiro lugar, porque vocês são seus aliados na educação das crianças.
®Depois, porque seu relacionamento com eles estabeleceu um clima de estima e transparência.
®E finalmente, porque vocês os colocaram, de forma diferente da do pároco, em relação com sua comunidade.
Vocês prepararão assim, uma rede de relações que será fecunda para todo o seu futuro trabalho: reunião de pais, preparação para os sacramentos, celebrações e momentos importantes da vida comunitária.
OS CATEQUISTAS JUNTO AOS OUTROS
“Como poderão invocar aquele no qual não acreditam? Como poderão acreditar, se não ouviram falar dele? E conmo poderão ouvir, se não houver quem o anuncie? Com o poderão anunciar, se ninguém for enviado?”(Rm 10, 14-15)
Escreve João Paulo II: “Eu desejaria semear abundantemente nos corações de todos os responsáveis pelo ensino religioso e pela preparação para a vida conforme o Evangelho, a coragem, a esperança e o entusiamo.” (CT 62)
Sabemos que a catequese não é, antes de tudo, uma questão de organização ou de método, e sim de fé e amor, e portanto, de treinamento para todos nós. eis que nos é dado entrar na gratuidade de Deus . não pelo que ela traz, mas pelo que transmite, “o que ela dá é o que ela cria”. “O dia em que não nos abrazarmos de amor – dizia Mauriac – muitos homens morrerão de frio.”
Qualquer que tenha sido a forma de apelo que você ouviu para entrar no ministério da catequese, precisamos estar em treinamento constante: prontos para começar ou para continuar.
Transmitir a fé! Se é possível ensinar religião sem acreditar em Deus, é, ao contrário, impossível transmitir a fé sem dizer minha experiência da Palavra de Deus e sem me referir ao seu centro e ápice, Jesus Cristo em pessoa. Mas como encontrá-lo “em pessoa” a não ser nestas pessoas que formam comigo a Igreja?
Na catequese, não se pode ser um “pequeno empreendedor independente” e solitário! A catequese visa consruir a Igreja, congregar na unidade. Este fruto só poderá ser amadurecido se tiver raízes comunitárias. Como catequistas, conduzimos para a comunidade na medida em que formamos a comunidade. Como falar de Igreja se não a vivemos na realidade? Sabemos que quando nosso grupo de reúne são ocasiões indispensáveis para se obter recursos, verificação, alegria, partilha. Sem equipes e reciclagem, os catequistas perdem o ânimo após alguns anos. A formação de catequistas se faz, também, no interior de um grupo que presta serviço à Igreja, onde cada um se abre aos outros, se comunica com eles, se arrisca a traduzir sua experiência, pergunta e permite que lhe perguntem, conduz e se deixa conduzir, conhece e se deixa conhecer.
Estamos no centro das relações interpessoais!
E é dentro desse processo que a fé se afirma e se dá. É aí que amadurecemos na fé e que somos levados, a partir do interior, a celebrar a verdade e a bondade de Deus em Jesus Cristo.
Reconhecemos o Senhor: ele nos ouve, nos perdoa, partilha sua vida conosco e nos envia! No fundo, tornamo-nos catequistas mediante o processo de transformação de nós mesmos em Igreja! E então?
“Senhor, se você quer fazer alguma coisa comigo… eis-me aqui! Eis-nos aqui!
O risco? É o de tomar alguma consciência da profundidade do Batismo que lhes abriu, na Igreja, o caminho da Eucaristia, dos sacramentos, de uma vitalidade espiritual inesgotável!
Para terminar o assunto do nosso estar-no-mundo de catesquista, analizemos o seguinte: encontramo-nos num cruzamento de relações, que constituem a trama em que se tece nossa mediação.
Como catequista, você acredita que o Espírito Santo o conduz em seu mandato eclesial e que está em ação no coração de suas crianças. Você sabe que, por causa de sua situação, você não pode intervir de maneira unívoca (que só pode ser interpretado de uma forma) ou obrigar as crianças a atuar de determinado modo: elas tem sua autonomia. E o que você faz?
– Peço demissão!
– Não! Você relê esta página!
Sem dúvida, não é fácil, senão você não estaria lá! Vejamos, portanto, as pessoas envolvidas na situação pastoral. Há muitas pessoas e instituições que, em função de sua responsabilidade, encontram-se diante do mesmo problema que você… e há muitos recursos e complementariedades no movimento de evangelização que mobilizam a Igreja hoje: você não está só!
Você desempenha um papel de antena: transmite a mensagem! Isto depende da credibilidade da Igreja diante dos seus próprios olhos. Trata-se de saber por onde começar. Para a autenticidade da dimensão eclesial de seu ministério, você deverá partilhar, prestar serviço à Igreja com outros membros do mesmo corpo; comprometer-se com eles, numa estratégia de acolhimento e de acompanhamento das crianças; onde estão e como estão – para conduzí-las a Jesus Cristo.
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