Às vezes podemos nos sentir sobrecarregados pela vida. Sentimentos de medo, incerteza e ansiedade borbulham sob a superfície. Às vezes, esses sentimentos vêm à tona em uma explosão de palavras e ações.
Nesta passagem do Evangelho encontramos a surpreendente imagem de Jesus angustiado pela sua missão e pelo que o espera. Sua afirmação de que ele, o Príncipe da Paz, não veio trazer a paz, mas sim a divisão, o confronto.
Logo no início desta passagem, Jesus diz que veio trazer fogo à terra e quer que já esteja queimando. O ‘fogo’ de que Jesus fala é o fogo do Espírito Santo; o fogo que derrete tudo o que não é de Deus. Mas o Espírito Santo não será dado até que Jesus tenha enfrentado e suportado seu destino (paixão e morte) em Jerusalém. Talvez nós, que agora vivemos com a presença do Espírito, tenhamos que nos perguntar: ‘O que é que ainda tem que derreter para que somente a presença real de Deus permaneça em nós, purificada da ganância, ambição, egoísmo, etc.? ‘ Também podemos nos perguntar: ‘Onde está a paixão de Deus em minha vida?’
Jesus também fala de um “batismo” que ainda não recebeu. Não se refere ao sacramento do batismo. “Batismo” era uma palavra bíblica usada para descrever eventos turbulentos e potencialmente avassaladores que, como um mar agitado, ameaçam nos engolir. Mais uma vez, esta é uma referência ao seu sofrimento e morte vindouros. Jesus está angustiado e claramente quer que tudo acabe agora.
Seguindo o Evangelho do domingo passado, o discípulo é chamado não só a estar preparado e fiel ao seu trabalho (chamado), mas também a permanecer firme diante da oposição. A paz não deve ser conquistada a qualquer preço (por exemplo, comprometendo a palavra de Deus).
Os cristãos nunca devem esperar que o discipulado torne suas vidas mais fáceis. Longe de nos libertar das dificuldades da vida, nosso discipulado tende a nos imergir nas questões difíceis e contenciosas que nos afetam e aos que nos rodeiam. Haverá divisão e discórdia sobre a Palavra que é pregada e os valores que mantemos, às vezes até entre aqueles mais próximos de nós.
Compartilhar o batismo de Jesus é compartilhar com ele sua paixão e ressurreição. Ele carrega responsabilidades importantes (permanecer fiel à palavra de Deus) e às vezes significa que somos mal compreendidos ou mesmo punidos por cumprir essas responsabilidades.
Seguir Jesus é falar a palavra de Deus, no que dizemos e em nossas ações.
Fonte: ocarm.org
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