O cego Bartimeu questiona os que, tendo olhos, não veem, pois, muitos são os que rejeitam Jesus! Esse cego apresenta-se para nós como modelo de fé firme e viva: “Filho de Davi, tem piedade de mim, tende compaixão!” (Marcos, 10,47; Lucas 18,39).
Modelo de verdadeiro discípulo que, curado, toma o caminho do seguimento, segue a Cristo. O milagre resume a experiência de quem muda radicalmente, manifestação de uma disposição autêntica de seguir verdadeiramente o Senhor e se libertar da cegueira em que se encontra.
Ao invocar Jesus, o cego experimenta a repreensão dos presentes que o querem calado, mas este sabe o que quer, assim como tem a percepção de que o Mestre e Senhor, o Filho de Davi, passa por ali. É preciso ter essa liberdade diante do Senhor, e nenhuma voz, comodidade, repreensão, enfim, nada pode nos calar ou impedir de viver esse encontro pessoal com profundidade.
Hoje, talvez, muitas vozes o estejam repreendendo, oprimindo e forçando a se calar diante de Cristo. Por isso, deixe de lado as vozes que o confundem, que produzem dúvidas, desânimo e derrotismo em seu interior e volte-se para a voz do Senhor.
Que a voz do Senhor, o Bom Pastor, possa fazer arder o seu coração e iluminar sua alma, sua vida, libertando-o de toda cegueira. Que a luz de Cristo brilhe em você. Precisamos estar convencidos da necessidade de contemplar a vida, de que precisamos de Jesus e que, diante d’Ele, devemos expor nossas mais urgentes necessidades, sem medo d’Aquele que nos ama incondicionalmente.
Devo seguir o exemplo de Bartimeu, ou seja, pedir e rezar como esse homem de fé, indo além de todas as barreiras que me são impostas pelas circunstâncias e até por pessoas. A atitude dele nos forma como discípulos, pois Jesus mandou chamá-lo, e, diante dessa graça do chamado, disseram-lhe: ”Coragem! Levanta-te, Ele te chama” (Marcos 10, 49). O versículo 50 nos diz que aquele homem, deitando fora a capa, levantou-se de um salto e foi ter com Jesus. Joga a capa para ir livre encontrar-se com o Messias, pois não precisaria mais estar no caminho a mendigar nem voltaria cego. Vai até Jesus Cristo para se tornar um seguidor e um discípulo d’Ele.Paralisado pela cegueira
O encontro com o Senhor exige essa atitude de lançar fora tudo aquilo que produz escravidão e que nos faz viver à margem da vida cristã. Faz-nos deixar de lado tudo o que nos paralisa no caminho e nos impede de estar a caminho como seguidores de Jesus. É preciso assumir a dignidade de filho. Não posso viver como um mendigo cego e sem direção, parado no caminho, estático perante a vida. Estar de prontidão é uma necessidade de vida, pois, sem prontidão e insistência diante do importante e fundamental, o Salvador passa por nós e permanecemos na mesma condição, pois no comodismo não acontece transformação de vida, muito menos dinamismo na graça do Espírito Santo, que tudo renova.
O discípulo verdadeiro de Cristo não deve estar na cegueira, precisa ver e contemplar o mistério, para que, através do seguimento, torne-se verdadeiro e profundo anunciador da Pessoa de Jesus. É preciso ser ativo, saber o que quer, pois o sentido da busca define nossa salvação. Já que tudo aquilo que eu celebro na vida define minha história e determina o que eu sou, sejamos daqueles que sempre escolhem a melhor parte: celebrar a vida e não a morte! Filhos da Ressurreição, servos do Eterno Amor, chamados à eternidade!
Tenha, hoje, em sua vida, a atitude de Bartimeu, que não se acostumou com a mendicância, já que, parar nos restos, significa justamente deixar de viver e parar no espírito de morte. O Autor da Vida sempre está próximo de nós para transmitir vida em abundância.
Não se cale nem desista da vida! Grite como Bartimeu: ”Filho de Davi, tende piedade, tende compaixão de mim!”, já que esse grito é de fé e de amor! Amém.
Fonte: Canção Nova
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