Estimado(a) leitor(a) da Revista Ave Maria, começo nossa reflexão mensal de fevereiro propondo um caminho de comunicação do amor de Deus para as famílias, ou seja, comunicando o querigma evangélico.
A sociedade contemporânea vive um vazio existencial muito acentuado. As famílias são desafiadas todos os dias pelas seduções e valores contrários aos anunciados por Jesus Cristo. Fico me perguntando se de fato estamos comunicando o amor de Deus aos nossos irmãos e irmãs, principalmente aos nossos familiares.
A primeira grande comunicação de Deus a humanidade é o querigma, isto é, o amor de Deus, pois Ele é amor e é a fonte do amor (cf. 1Jo 4,7-8). Por ser amor, Ele toma a iniciativa de vir ao nosso encontro (cf. 1Jo 4,19). Ele é um Deus de comunhão e, embora seja autossuficiente por natureza, não quer ficar só. É aberto à comunhão para que possamos participar de sua infinita felicidade.
Porém, o ser humano encontra-se em meio a um mundo que o afeta de modo negativo: falta de fidelidade, vontade de levar vantagem em tudo, relações humanas descartáveis, tragédias em demasia, dentre outras coisas. Devido a essa situação, muitos vivem sem esperança no futuro e não encontram sentido para a vida, isso fazendo com que se distanciem do amor de Deus.
Por conhecer nossa miséria humana, Deus nos dá o seu amor de forma gratuita. Apesar de todos os nossos pecados, erros e ingratidão, Deus nos ama, mesmo assim. Existe alguém na sua vida que o(a) fere, ofende, não reconhece o que você faz por ele, muitas vezes só lembra de você quando precisa de algo, passa dias sem falar consigo e, apesar disso, você ama essa pessoa? Se sua resposta for “sim”, você conhece uma parte do amor de Deus.
O amor de Deus manifesta-se de diversos modos: cuidando de nós, perdoando os nossos pecados e sendo nosso alimento na caminhada da fé. Deus age na história de cada um de forma original, usando sempre de misericórdia e deixando as marcas desse amor de formas diferentes.
Por meio desse amor, Deus quer construir um relacionamento pessoal conosco, no qual deseja dar-nos uma vida melhor, por isso, é importante dedicar um tempo diariamente para ouvir e conhecer o Senhor, para que esse relacionamento seja construído durante a nossa conversão.
Para construir um relacionamento pessoal conosco, Deus não impõe seu reinado, mas, amorosamente, convida-nos, dizendo “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei (…)” (Ap 3,20). Ele toca nossa alma com a graça para que acolhamos seu doce e suave convite. Tocados, temos que fazer o que escreveu São Paulo: “Se, pois, com tua boca confessares que Jesus é Senhor e, no teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo” (Rm 10,9).
Não há uma imposição, mas uma atração ao seu amor. É sob a influência do Espírito de Deus que acolhemos Jesus como rei de nossas vidas (cf. 1Cor 12,3) e passamos a viver no Reino de Deus. Temos, assim, duas atitudes possíveis diante do Senhor: a indiferença ou o autêntico reconhecimento do seu amor, a fé de que Ele é, verdadeiramente, nosso Rei e Senhor, o único que pode mudar e conduzir nossas vidas.
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