Por Pe. Frei Marcelo Aquino, O. Carm.
Ter devoção a Maria Santíssima é uma condição necessária a todo batizado católico, pois ela é a porta pela qual Nosso Senhor Jesus Cristo entrou na nossa história. Ao longo dos tempos, o povo de Deus foi se aprimorando no conhecimento da devoção a Mãe de Deus.
A Igreja nos apresenta vários instrumentos que devemos usar neste caminhar para aprimorar nossa devoção, um desses instrumentos chama-se Escapulário do Carmo, um instrumental importante na nossa consagração à Maria Santíssima, pois nos consagramos a ela para melhor nos aproximar de Jesus.
Não existe outro objetivo para se nutrir devoção a Nossa Senhora que não seja, para se aproximar mais de Jesus Cristo Nosso Senhor, para seguir os passos de Jesus, pois sabemos que onde se encontra Maria também se encontra Jesus e onde se encontra Jesus também se encontra sua mãe e mãe da Igreja.
Em primeiro lugar, foi tomando-se consciência de que ser devoto de Nossa Senhora não consiste apenas em ter uma imagem dela ou medalha ou coisa parecida, ser devoto da Santíssima Virgem é antes de tudo procurar viver a sua vida. O verdadeiro devoto de Nossa Senhora é aquele que procura imprimir em sua vida as virtudes de Maria.
Partindo deste princípio, o verdadeiro devoto da Rainha do Carmelo, é aquele que buscar viver a vida mariforme, na forma de Maria, como nos ensina o Tratado de Vida Mariana do venerável Frei Miguel de Santo Agostinho, O.Carm.
Quando o fiel católico descobre que precisa se parecer com Maria, ele busca se interessar pelo serviço, que é uma marca da mãe do Salvador, ela que ao tomar conhecimento da gravidez de sua prima se pôs a caminho para sua casa, a fim, de servir até a hora do nascimento, ela dedicou incansáveis três meses a sua prima Isabel, sem mesmo se preocupar em avisar a José, somente depois de três meses José a encontra e já com a barriga começando a crescer.
Ou seja, Maria não pensou em si, ela pensou no outro, no caso, na sua prima, e assim, os filhos de Maria (seus devotos) devem fazer, rezar para que no decorrer da vida, nos aproximemos dela, para poder ganhar a sua forma, a forma da caridade. Na vida de Maria o outro sempre ocupou o lugar em suas preocupações, ela ainda hoje se preocupa conosco, com todos os filhos de Deus que ainda não seguem seu Filho Jesus de Nazaré e se preocupa também com os seus filhos que não caminham segundo o desejo do coração de Deus.
O devoto de Nossa Senhora, precisa se preocupar com as necessidades dos irmãos, sobretudo se ele precisa de Deus que é o pão espiritual.
Maria Santíssima por sua íntima união com Deus nos deixa como legado um rastro de caridade em sua vida, pois quem se une a Deus não pode transportar outra coisa que não seja o amor, a graça de Deus nos impele a servir na caridade aos irmãos. (Lc 1, 39-59) Nossa Senhora poderia ser a padroeira da caridade, pois ela nos fez a maior caridade que uma pessoa pode fazer pelos seus, ela nos deu Jesus Cristo, salvador do gênero humano.
Como dizia São Vicente de Paula: “Não sei quem é mais necessitado se o pobre que precisa de pão ou o rico que precisa de amor”, Nossa Senhora nos fez uma dupla caridade nos deu Jesus que é o Amor e Jesus se fez para nós o pão da vida.
A devoção a Nossa Senhora deve nos levar a pensar nessas duas realidades muito presentes na vida da sociedade, os necessitados de pão e os necessitados de amor, se eu me decido a seguir os passos de Jesus pelas mãos de Maria, logo eu vou me encontrar com a necessidade de me mostrar ardoroso defensor das causas que Maria defendia, ou eu não serei um verdadeiro devoto dela.
A todos nós devotos da Santíssima Virgem, desejo que aprendamos com Maria a seguir a Jesus, aprendamos a fazer tudo o que Ele nos disser, aprendamos a fazer em tudo a vontade de Deus, a amar seu Coração e impulsionar sua devoção, distribua escapulários ensine os homens a amar a Maria Santíssima assim como ela ama todos nós seus filhos.
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