“Vem do Senhor a salvação dos justos,
que é seu refúgio no tempo da provação.” (Salmo 36,39)
Fomos feitos do barro, da terra, somos pó. Cada um de nós compõe um universo singular, único e irrepetível. Somos obras-primas das mãos de Deus. Porém, não nos esqueçamos: somos pó.
Ser pó, voltar ao pó… Essas expressões podem nos assustar, gerando angústia e medo. A intenção não é amedrontar, não é uma proclamação do fim, mas, um convite a uma existência responsável. Nesse caso é uma avaliação da nossa vida no aqui e agora.
Iniciamos o Tempo Quaresmal com a imposição das cinzas, um sinal de que nossa condição terrena é limitada, de que nossa vida é muito curta, que nosso respiro pode faltar a qualquer momento… Que a matéria ao pó voltará.
Receber as cinzas é debruçarmo-nos sobre nossa história pessoal e avaliarmos o que já passou, ou seja, as obras realizadas, as que ainda precisam ser concluídas, as inúmeras conversões que precisam ser feitas. É respirar fundo sem nos prendermos no passado, é antes de tudo projetarmo-nos, enchermo-nos do desejo mais profundo de viver bem, com sentido, em liberdade cada segundo.
Receber as cinzas é prepararmo-nos para entrar no deserto com Cristo e ali tomarmos consciência de quem realmente somos.
É hora de reconhecermos nossas fragilidades; mais do que isso, é o momento de sentirmos o sopro de Deus que move o barro que somos. É ter a certeza, a firme esperança de que o hálito do Altíssimo em nós é eterno.
A Quaresma é um tempo litúrgico com o propósito de mudar nossa história. Neste ano, meditaremos sobre o tema da violência na Campanha da Fraternidade; que superemos todo tipo de violência com uma atitude de paz em nosso cotidiano.
Seja Deus a nossa força!
Pe. Luís Erlin, cmf.
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