No mês de agosto, a Igreja celebra todas as expressões vocacionais, incluindo a familiar, no Dia dos Pais, celebrado no segundo domingo. Ser pai é uma missão muito honrosa e, ao mesmo tempo, desafiante, que tem sua origem no próprio Deus. Os filhos, por sua vez, devem escutar seus pais e aprender com eles a serem pais um dia.
A primeira e mais bela compreensão de pai está em Deus. No ato da criação do mundo se evidencia a sua paternidade, que tudo cria a partir de sua Palavra: “Deus disse: ‘Faça-se a luz!’. E a luz se fez (…). Deus disse: ‘Façamos o ser humano à nossa imagem e segundo a nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, todos os animais selvagens e todos os animais que se movem pelo chão’. Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou. Homem e mulher ele os criou” (Gn 1,3.26-27). Após criar tudo, Deus viu que o fruto de sua criação era muito bom (cf. Gn 1,31).
Com o relato da criação, nota-se que o Pai do Céu é perfeito e, ao criar o homem e a mulher à sua imagem e semelhança, também os criou na perfeição do amor. Entretanto, quando o pecado entra no mundo macula o coração do ser humano e o deixa inclinado a praticar o mal. Porém, vale lembrar que Deus, na condição de pai, é misericordioso e chama de volta à comunhão aqueles que o pecado havia afastado: “Voltai para mim e eu voltarei para vós” (Ml 3,7).
Diante dessas constatações da paternidade em Deus, convém dizer que a missão do ser pai, na condição humana, é sempre permeada de reflexos de amor e misericórdia. Por exemplo: uma criança, quando está aprendendo a andar, confia na voz do pai que se coloca à frente e diz para ela dar um passo adiante. A criança, confiando nele, mesmo que tropece consegue dar um passo, dois e assim chegar aos braços do pai. Eis uma das missões mais bonitas de confiança e amor. Por sua vez, quando a criança não consegue ir adiante, o pai, movido de amor e misericórdia, é o primeiro a pegar-lhe as mãos e ajudá-la a ficar em pé, fazendo-a acreditar que pode ir avante.
O pai é sempre sinal de firmeza, coragem, ânimo, presença. É aquele que faz com que os filhos firmem os passos e caminhem para frente, sem desistir.
Falando sobre a importância do pai nas famílias, disse o Papa Francisco: “A primeira necessidade, então, é justamente essa: que o pai seja presença na família. Que seja próximo à mulher para partilhar tudo, alegrias e dores, cansaços e esperanças. E que seja próximo aos filhos em seu crescimento: quando brincam e quando se empenham, quando estão despreocupados e quando estão angustiados, quando se exprimem e quando ficam em silêncio, quando ousam e quando têm medo, quando dão um passo errado e quando reencontram o caminho; pai presente, sempre. Dizer presente não é o mesmo que dizer controlador! Porque os pais muito controladores anulam os filhos, não os deixam crescer”.
Pai é o guardião e condutor da família, aquele que está à frente para conduzir e, com isso, incentivar a dinâmica do amor na família: um pai presente, mas não controlador, como afirma o Papa. É por isso que a Igreja zela pela família, pois é nesse “santuário da vida” que se vai construindo a bela missão da paternidade.
Daí, portanto, que os pais olhem para Deus, o Pai perfeito, e busquem nele o espelho da paternidade, pautada, sobretudo, no amor e na misericórdia. Os filhos, por sua vez, saibam honrar seus pais, recordando que, amanhã, estarão na condição de pais e só desempenharão com sabedoria tal missão se hoje souberem ser um bons filhos. Eis uma missão a ser aprendida e empreendida!
Feliz Dia dos Pais!
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