A vulnerabilidade das mulheres durante a pandemia’ é o tema da live “É Tempo de Cuidar” desta terça-feira, 16 de junho, que recebe a secretária-geral do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), Romi Bencke e a assessora nacional da Cáritas Brasileira, Cristina dos Anjos.
São vários os caminhos que esta temática pode percorrer. Uma delas é o do emprego, que atingiu muitas mulheres chefes de família, principalmente, as que trabalham como domésticas e sem carteira assinada. Outro tema a ser abordado será o da violência doméstica, que segundo pesquisas aumentaram neste período do isolamento social.
Um Estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com a ONU Mulheres apresenta diagnóstico sobre a situação de vulnerabilidade e risco de contágio ao Covid-19 enfrentada pelas trabalhadoras domésticas no país. De acordo com a pesquisa, 70% das profissionais não possuem carteira de trabalho assinada.
A precariedade dos vínculos trabalhistas e o tipo de trabalho desempenhado pelas profissionais, em contato direto com outras pessoas e seus objetos, representam os principais fatores que expõem as profissionais no atual contexto da pandemia.
Um recente artigo publicado pelo defensor público do Estado de São Paulo (SP), Julio Camargo de Azevedo, em parceria com o defensor do Rio de Janeiro (RJ), Diogo Esteves e o defensor Público-Geral do RJ, Franklyn Alves Silva, no portal Jota retrata o crescimento da violência doméstica e familiar e também dos pedidos de medidas protetivas de urgência durante a pandemia, além dos impactos psicológicos sobre as mulheres e as profissionais de saúde.
No artigo, os defensores públicos trazem dados do estudo mundial realizado pelo Global Access to Justice Project sobre os impactos do COVID-19 no Sistema de Justiça. Segundo o estudo, os dados da violência doméstica e familiar são alarmantes.
No estado de São Paulo, o número de feminicídios aumentou 44,9% durante o período de isolamento social, enquanto os crimes letais intencionais praticados contra o restante da população observou um decréscimo de 19%, destaca o artigo. O aumento da violência também foi registrado nos estados do Rio de Janeiro, Paraná, Acre, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Mato Grosso e Pará.
Os defensores públicos destacam ainda no artigo que “o agravamento da vulnerabilidade feminina não está relacionado apenas ao confinamento de vítimas e agressores no interior dos lares, mas também a anomia social decorrente do distanciamento feminino das redes de apoio e proteção (amigos, familiares, organizações não governamentais etc.)”.
O artigo aponta também que além dessa falta de apoio, “as mulheres se tornam vítimas devido as elevadas taxas de consumo de bebidas alcoólicas e o aumento do estresse derivado da insegurança econômica, fatores que engrossam o caldo dos conflitos de gênero durante o período de isolamento”, diz o texto.
Participe dessa discussão importante e que afeta a vida de muitas mulheres, na live dessa terça-feira, às 17h, nas redes da CNBB e Cáritas Brasileira e no canal do Youtube da CNBB sobre ‘É tempo de cuidar’. Compartilhe sua dúvida e pergunta pela hashtag: #tempodecuidar
Comments0