“A Igreja é missão” será o tema que vai animar a Campanha Missionária de 2022, durante o mês de outubro, nas dioceses de todo o Brasil. O tema está acompanhado da inspiração bíblica escolhida pelo Papa Francisco para o Mês Missionário, “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8). Em 2022, a Campanha Missionária completa seus cinquenta anos de história, celebrados em todo o Brasil com a vivência do Ano Jubilar Missionário.
Durante o Mês Missionário, as arquidioceses, dioceses e prelazias são convidadas a motivar todo o povo de Deus na organização da Campanha Missionária. Para isso são disponibilizados materiais de animação (novena missionária, vídeos com testemunhos, cartazes, santinhos, mensagem do Papa, envelopes de coleta) que colaboram com a reflexão da mensagem, em unidade com toda a Igreja. O tema e o lema apresentados concluem o caminho de três anos em que se destacou a natureza missionária da Igreja, que não se reduz a uma dimensão ou a atividades: “A vida é missão”, em 2020; “Jesus Cristo é missão”, em 2021; e “A Igreja é missão”, em 2022.
SOBRE O CARTAZ
A construção da arte da Campanha Missionária 2022 seguiu a intuição da janela que se abre para o mundo. Na janela e dentro do mapa do Brasil, aparecem rostos de missionários e missionárias ad gentes. As cores da arte seguem a identidade visual do Ano Jubilar Missionário, que nos convida a uma grande explosão missionária aberta à universalidade, como propõe o Programa Missionário Nacional: para cada regional da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), um projeto ad gentes; e cada Igreja particular deve assumir um projeto de igrejas irmãs.
A Beata Pauline Marie Jaricot está no centro do cartaz, a grande motivadora do surgimento das Pontifícias Obras Missionárias (POM) como rede mundial de oração e solidariedade a serviço do Papa e das Igrejas locais. Nascida em Lyon, em 22 de julho de 1799, ela fundou a obra da Propagação da Fé em 3 de maio de 1822. Pauline e algumas pessoas de Lyon viram a importância da universalidade da missão e se organizaram para apoiar diversos missionários e missionárias. Desde os primeiros anos da obra, o desejo era claro: apoiar todos os missionários necessitados de ajuda espiritual e material.
Além do testemunho de Pauline são apresentados na novena missionária testemunhos de cristãos leigos e leigas, da vida consagrada, de ministros ordenados, de povos originários, do povo de Deus das igrejas locais e dos invisibilizados que nos confins do mundo testemunham o Evangelho de Jesus Cristo, tendo o Espírito Santo como protagonista da missão.
QUEM ORGANIZA A CAMPANHA MISSIONÁRIA?
As Pontifícias Obras Missionárias (POM) têm a responsabilidade de organizar a Campanha Missionária, realizada sempre no mês de outubro, na Igreja de todo o Brasil. Colaboram nesta ação a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, por meio da Comissão Episcopal para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, e outros organismos que compõem o Conselho Missionário Nacional (Comina). Porém, para a real efetivação do Mês Missionário nas comunidades é indispensável que cada Conselho Missionário Diocesano (Comidi) e Conselho Missionário Paroquial (Comipa) articule a distribuição do material nas paróquias e comunidades, bem como a organização de um calendário de atividades que animem a missão durante o mês.
DIA MUNDIAL DAS MISSÕES
Nos dias 22 e 23 de outubro, as arquidioceses, dioceses e prelazias animam a Coleta Missionária em todo o Brasil. Nesses dias, as ofertas são integralmente enviadas às Pontifícias Obras Missionárias, que as repassam ao Fundo Universal de Solidariedade para apoiar projetos em todo o mundo.
Em 2021, esse fundo colaborou com 1.050 dioceses pobres, nos territórios de missão nos cinco continentes, distribuindo mais de R$ 418 milhões, fruto das doações da coleta missionária. O Brasil contribuiu com a doação de mais de R$ 6 milhões. Foram ajudados projetos nas áreas de catequese, obras sociais, comunicação, cuidado pastoral para crianças, animação e formação missionária, educação escolar, proteção à vida e formação de seminaristas.
ANO JUBILAR MISSIONÁRIO
De maneira especial, neste ano, no âmbito internacional, celebramos quatrocentos anos de criação da Congregação para Evangelização dos Povos, cem anos que o Papa Pio XI concedeu às Obras Missionárias um caráter pontifício e a beatificação de Paulina Jaricot, que há duzentos anos fundou a Pontifícia Obra da Propagação da Fé. No âmbito nacional, celebramos cinquenta anos de criação do Conselho Missionário Nacional; cinquenta anos das Campanhas Missionárias; cinquenta anos dos Projetos Igrejas Irmãs; cinquenta anos do Conselho Missionário Indigenista (Cimi), cinquenta anos do Documento de Santarém; sessenta anos do Centro Cultural Missionário (CCM) e setenta anos da criação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
Fonte: Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
Em 9 de outubro, ocorrerão as canonizações de João Batista Scalabrini e de Artêmides Zatti. A data foi anunciada pelo Papa, na Basílica de São Pedro, durante o consistório para a votação de algumas causas de beatificação.
GAUDEMUS ET LAETEMUR
“Alegremo-nos e exultemos”, pronuncia o Papa Francisco antes de indicar o dia em que a Igreja canonizará os dois novos santos: João Batista Scalabrini e Artêmides Zatti, em 9 de outubro.
Pouco antes, na Basílica de São Pedro, o prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, Cardeal Marcello Semeraro, havia apresentado os perfis dos dois apóstolos da caridade, pois eram profundamente dedicados aos doentes, aos últimos, aos migrantes, às muitas faces do Cristo sofredor na Terra.
“Exemplos de vida cristã e de santidade”, definiu-os o Papa, “a serem propostos a toda a Igreja, especialmente tendo em conta a situação do nosso tempo”. Duas figuras sobre as quais os cardeais, relata Francisco, expressaram-se “por escrito”, expressando seus pensamentos “individualmente”.
A LIGAÇÃO COM OS MIGRANTES
“O testemunho desses dois Beatos”, explica o Cardeal Semeraro, apresentando-os a Francisco, “chama a atenção dos crentes em Cristo para o tema dos migrantes” que, como disse várias vezes o Papa, “Se integrados, podem ajudar a respirar o ar de uma diversidade que regenera a unidade; podem nutrir o rosto da catolicidade; podem testemunhar a apostolicidade da Igreja; podem gerar histórias de santidade”.
O prefeito, em seguida, descreve a vida de João Batista Scalabrini e Artêmides Zatti, destacando no primeiro a pastoral em relação aos migrantes, “considerada por muitos como uma profecia de uma Igreja próxima ao povo e seus problemas concretos”. No segundo, ser “um autêntico intérprete do espírito salesiano, com um temperamento afável e a alegria que sempre o acompanhava, mesmo nas circunstâncias mais difíceis”.
O APÓSTOLO DOS MIGRANTES
Os dois novos santos viveram na virada do século XIX para o XX. João Batista Scalabrini foi bispo de Piacenza e fundou as congregações dos Missionários e Missionárias de São Carlos com a missão específica de servir os migrantes.
Em 21 de maio, o Papa autorizou a dispensa do segundo milagre para sua canonização. O postulador de sua causa, Padre Graziano Battistella, lembra a dedicação que Scalabrini teve para com os migrantes, que se transformou em ações concretas, mas também em amor pelas crianças, tanto que foi chamado de “Apóstolo do Catecismo”. “Sua relevância”, recorda Padre Battistella, “está em lembrar que todos estamos envolvidos na missão, porque é parte inerente de nossa crença”.
UM SANTO SALESIANO
Artêmides Zatti, salesiano coadjutor que trabalhou pelos doentes em Viedma, Argentina, ainda diz muito ao homem de hoje. Ele era um emiliano que se mudou com sua família para o país latino-americano, tendo em seu coração o desejo de ser padre, mas, na realidade ele se tornou um enfermeiro que experimentou a ferocidade da doença na própria pele, contraindo tuberculose.
“Acreditei, prometi e curei” foi o seu lema quando contou o caminho percorrido e a cura graças a Maria Auxiliadora. O postulador-geral dos salesianos, Padre Pierluigi Cameroni, esboça alguns elementos de atualidade, falando da maneira como enfrentou a doença em um momento de pandemia, semelhante ao que vivemos. Era também um migrante, realidade ainda hoje vivida, capaz de repropor a radicalidade do Evangelho no seguimento de Cristo e nas pegadas de Dom Bosco, um homem capaz de viver a alegria do Evangelho sempre nascido do encontro com o Senhor.
Fonte: Vatican News
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