Cumprindo a cronologia de um compromisso iniciado há dois dias, está no ar para os catequistas do Brasil e do mundo a última parte da série de três publicações de sugestões para o uso da Bíblia nos encontros catequéticos. Leia, agora, sobre a aplicação da Bíblia destinada aos adolescentes e àqueles que passam pelo final da adolescência. Conheça também alguns cuidados que devem ser tomados ao utilizar-se da Sagrada Escritura como ferramenta catequética:
DURANTE A ADOLESCÊNCIA (dos 12 aos 15 anos):
A) Características: são visíveis a insegurança, a instabilidade e a aguda emotividade; retirada ao próprio mundo interior – com o sofrimento que esta solidão traz; sensação de não ser compreendido e de sequer ser capaz de compreender; tempo de afirmação da própria personalidade; é contra todo autoritarismo; desconfia do adulto – mas precisa dele; idade de interesse pelo sexo e do amor; das cartas pessoais e dos diários íntimos(meninas); dos conflitos na família; de preocupação pelo futuro (vocação).
B) Quanto à Bíblia: atenção especial ao aspecto afetivo, emotivo. Há muita identificação com personagens que se impõem por seu humanismo. Especial atenção despertam os profetas, por sua crítica às situações de injustiça ou de incoerência. São importantes os textos que encaram o misterioso da vida e seu sentido mais profundo; os que orientam a busca desse sentido, inclusive do ponto de vista da vocação (Mt 5,7).
Será interessante tomar, agora, unidades maiores: parábolas, pequenos livros como Jonas, Judite, Amós.
DURANTE O FINAL DA ADOLESCÊNCIA (dos 15 aos 19 anos):
A) Características: há especial interesse pela experiência dos outros e com os outros: a consciência crítica faz com que se posicione diante dos males e das contradições do mundo.
B) Quanto à Bíblia: tempo de tomar textos mais difíceis, profundos. Pode-se abordar qualquer texto Bíblico. Será bom proporcionar uma visão de conjunto da Bíblia, colocando os problemas com que a Bíblia nos quer confrontar.
C) Sugestão de textos:
• Gn 1-11 visto como reflexão sobre o nosso hoje( o homem no mundo; problemas de relacionamento, pecado e salvação).
• Narrativas da infância de Jesus.
• Narrativas de milagres.
• Jó, Eclesiastes, Evangelho de Marcos, Cartas de Paulo(1 Cor).
Vale a pena chamar a atenção também para a Linguagem da Bíblia. Descobrir a linguagem como parte de um conjunto, como sintoma de uma situação e, ao mesmo tempo, instrumento, seja de opressão ou de libertação.
ALGUNS CUIDADOS:
• Não usar a Bíblia só por curiosidade, passatempo piedoso, sem entrar na dinâmica do povo que a escreveu e na da nossa comunidade.
• Não se usa a Bíblia para domesticar crianças e adultos em nome de Deus. A obediência a fé é outra coisa.
• Cada frase da Bíblia está dentro de um contexto. Não deve-se usar frases pescadas cá e acolá e isolados do seu contexto para impor uma idéia, um pensamento.
• Na Bíblia o único herói é Deus. Cuidado para não elevar certos personagens à dimensão de super homens, sem defeitos.
• O único jeito de ler a Bíblia que a Igreja condena é a leitura fundamentalista, que lê tudo ao pé da letra; se aparece algo estranho, invoca-se o poder de Deus, e pronto.
A equipe de conteúdo da Revista Sou Catequista espera que os textos possam auxiliá-los na preparação e execução dos encontros da Catequese. É um prazer ajudá-los no ensino e partilha da Palavra de Deus!
MAIS: Para acessar a primeira parte desta série de publicações, clique aqui.
Se quiser ler a segunda parte, clique aqui.
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