Os bêbados e a canoa
09/01/2015Formação para catequista – O que é catequese?
12/01/2015Pra começo de conversa quero dizer que eu sei o que é o amor, mas se alguém me perguntar: o que é o amor? Não saberei responder, porque o amor não se explica, vive-se. Talvez por isso, muitas pessoas até falam ou escrevem bonito sobre o amor, porém, são infelizes.
Quando falo em amor, não estou falando em sentimento, porque o amor é mais que isso, é gesto concreto que se solidifica nas coisas simples do dia-a-dia: num abraço, um aperto de mão, um sorriso, um olhar, numa canção… Enfim, precisamos entender que Deus é amor e por isso mesmo Ele se revela nos detalhes da vida.
É comum, por exemplo, ouvirmos a expressão “EU TE AMO”. Alguns a dizem sem levar em consideração o seu valor, exatamente por desconhecerem o real significado do amor, confundindo-o com paixão, atração, sexo, sentimento, obsessão. Assim, sob a justificativa de que o amor acabou, muitas pessoas se decepcionam, frustram-se, matam ou até se suicidam. “O amor não acaba. Tudo passa, porém, o amor permanece” (1Cor 13,8).
São Paulo revela para nós que o amor é bondade, não tem inveja, não é arrogante, não escandaliza, não é egoísta, não guarda rancor… Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Em outras palavras, o amor é um verdadeiro exercício ascético.
É uma opção! Portanto, só saberemos o que é amar a medida que optarmos pelo amor. Mas é preciso está disposto a sofrer e saber transformar esse sofrimento em felicidade. Pois o amor é o maior de todos os sacrifícios: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos” (Jo 14,13). Desta forma, podemos afirmar, também, que a amizade é a plenitude do amor. Quando amamos não temos medo de sofrer, porque temos consciência de que as maiores felicidades são conseqüência dos grandes sofrimentos.
Cada um de nós é responsável pela construção de sua própria história. Não importa o que tenhamos sido ou feito no passado. O importante é recomeçar a cada dia com o propósito de ser e fazer sempre o melhor, lembrando que o segredo dos que triunfam é recomeçar sempre.
Nisto consiste o amor próprio. Não se pode amar o próximo quando não se é capaz de amar a si mesmo. O que já aconteceu não podemos mais mudar, mas podemos escolher o que ser e o que fazer daqui pra frente, somos o que decidimos ser. O que não podemos é sermos reféns de nós mesmos, do nosso passado e até mesmo do nosso futuro.
Não há pior prisão do que a prisão em liberdade. É importante lembrar, ainda, que as quedas são privilégios apenas daqueles que estão a caminho, porque os que estão parados não são capazes ao menos de cair. E que a santidade é resultado de crises superadas. Logo, não temos o direito de nos tornarmos juízes perversos de nós mesmos impondo sobre nossos ombros o pesado fardo da auto-condenação.
A felicidade depende de nós, mas precisamos fazer uma opção radical pelo amor. Não podemos ter medo de amar, porque “Deus nos deu não um espírito de timidez, mas de fortaleza, amor e sabedoria” (II Tim 1,7). A decisão está em nossas mãos.
Por: Jairo Coelho
Seminarista Diocesano