Santa Teresa D’ávila foi a primeira mulher a ser proclamada doutora da Igreja, é considerada pedagoga do caminho da espiritualidade e mestra da oração.
“Em Santa Teresa, a oração não se resume a um momento do dia dedicado ao Senhor, mas, toda a vida, cada minuto e em qualquer lugar. Podemos dizer sem medo que a vida de Teresa era oração, suas palavras, seus escritos, seus atos e até seus pensamentos. Eu me arrisco a dizer que Teresa não orava, ela era oração”, explicou Frei Juliano, O.Carm, no encontro de formação que teve como tema a oração aos moldes de Santa Teresa.
O método teresiano de oração está em coerente relação com o seu conceito do que é rezar: “É um trato amigável no qual a alma fala muito intimamente com Aquele que conhece o seu amor por ela”.
Frei Adailson Quintino, O. Carm, sinaliza três pontos principais e mais importantes para rezar com o Método Teresiano:
1) Preparação: que consiste em colocar-se formalmente na presença de Deus, orientando-se em direção a Ele com um bom pensamento.
2) Reflexão: para convencer-se do amor de Deus por ela, a alma escolhe como tema de reflexão uma verdade da fé, capaz de manifestar este amor: por isso, se dedica à leitura de uma passagem apropriada;
3) Meditação: Mas não basta ler. É necessário aprofundar com a reflexão, isto é, com a meditação. Os pensamentos contidos no “ponto” da meditação, brotam espontaneamente do coração, e talvez também dos lábios, palavras de afeto, expressões de uma vontade decidida a testemunhar com as obras a verdade de seu amor. Este é o centro, o coração da oração. Para muitas almas isso é o suficiente.
Ele explique ainda que existem outros pontos do método que podem ser aplicados.
4) O agradecimento, com o qual, depois de haver repetido ao Senhor que o amamos, manifestamos a ele nosso reconhecimento por todos os benefícios dEle recebidos;
5) A oferta, com a qual, convictos de haver recebido tanto, procuramos retribuir o melhor possível apresentando ao Senhor qualquer bom propósito, coisa que sempre será bom fazer para terminar a oração;
6) A súplica, com a qual, convencidos de nossa pequenez e fragilidade, imploramos a ajuda de Deus.
Duas introdutórias: a preparação (presença de Deus) e a leitura;
Duas substanciais: a meditação e o colóquio;
Três facultativas: agradecimento, oferta, súplica.
Tarde te amei, beleza tão antiga e tão nova,
tarde te amei.
Mas Tu estavas dentro de mim mesmo
e eu estava fora de mim próprio.
E era por fora que eu te procurava.
Com todo o meu peso,
me atirava sobre a graça das tuas criaturas.
Estavas comigo e eu não estava contigo.(Confissões, XIII, 25).
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