Daniel assiste em sonho a uma sessão do juízo de Deus (cf. Dn 7,9-10.13-14). Destaque para o trono do “ancião”, composto de labaredas de fogo, sinal da presença do divino. É uma teofania, manifestação de Deus. Os livros lembram o próprio livro da vida, onde constam todas as ações realizadas pelas pessoas e pela humanidade. O autor dessa passagem bíblica entende que, para devolver o caráter humano à história, é necessária a intervenção divina por alguém semelhante ao Filho do Homem.
Pedro defende a parusia de Cristo não como fruto de lendas, comuns nos círculos gnósticos, mas sim como fruto de experiências vividas (cf. 2Pd 1,16-19). Anunciada na transfiguração, em que se pode ver Jesus na sua dupla dimensão de glorificado e filho amado de Deus, a parusia, mais que a preocupação pela segunda vinda de Cristo, é um exercício profético do presente; sua vinda é permanente na vida pessoal e na memória comunitária. Assim, podemos viver o Cristo como sol da manhã, vencedor da escuridão e luz de cada dia.
A transfiguração de Jesus marca o início do caminho da cruz (cf. Mt 17,1-9). Os discípulos estão desanimados pelo anúncio da paixão e pelas exigências do seguimento. Nesse momento, a transfiguração é uma injeção de ânimo, pois nela se manifesta a glória de Jesus e a antecipação de sua vitória final.
Os sinais na transfiguração são os mesmos da ressurreição: o rosto radiante, as vestes como a luz, a voz do Céu e o pedido de segredo até a ressurreição dos mortos. Transfiguração é teofania, manifestação de Jesus como Filho de Deus, anunciado pela voz do alto. Moisés e Elias, personagens cujo retorno anunciava a chegada do Messias, agora dão testemunho de que Jesus é o Messias esperado por Israel. Temos, pois, uma apresentação completa de Jesus: nele se manifesta a glória de Deus, o verdadeiro Messias esperado e o Filho de Deus.
A transfiguração mostra a fé dos discípulos em Jesus pela contemplação de sua vitória sobre a morte, assim poderão assumir todas as exigências do discipulado. É também um convite a superar a tentação de um messianismo glorioso e fácil e a empreender com Jesus o caminho da obediência à vontade do Pai.
No alto da cruz, Jesus confiou Maria a seu discípulo (cf. Jo 19,26s) e na pessoa de João, todos os seus seguidores. A devoção a Nossa Senhora do Amparo foi trazida pelos portugueses. Em 1617 já existiam em Olinda (PE) igrejas a ela dedicadas e a cidade de Fortaleza (CE) tem sua origem vinculada a essa devoção. A devoção a Nossa Senhora do Amparo não somente foi privilégio das classes abastadas, mas também do povo simples brasileiro.
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