São Francisco de Assis, inspirado pelo texto bíblico que narra o envio dos 72 discípulos pelo caminho, conforme nos conta Lucas 9,1-6, “Os discípulos partiram de comunidade em comunidade anunciando a Boa-Nova do Reino de Deus”, acrescentou após a leitura do texto: “É isso que eu quero, é isso que eu procuro, é isso que eu desejo fazer com todo o meu coração”.
A experiência da vida cristã é uma experiência de encontro, em primeiro lugar com a pessoa de Jesus Cristo, por meio de sua Palavra. Dessa vivência, num segundo momento, somos impulsionados a sair de nós mesmos em direção ao outro para a construção da comunhão fraterna.
A cena do chamado de Francisco para a missão nos mostra a dinâmica do encontro com a pessoa de Jesus Cristo que marca profundamente a vida: conta-se que, depois de alguns dias, ao passar perto da Igreja de São Damião, foi-lhe dito em espírito que nela entrasse para orar. Tendo entrado, começou a rezar com fervor diante de uma imagem do Crucificado, a qual, piedosa e benignamente, falou-lhe: “Francisco, não vês que minha casa está se destruindo? Vai, pois, e restaura-a para mim”.
O encontro com Jesus é um acontecimento precioso, fundamental e marcante da vida de fé. O que é a história de cada um, de cada povo, de toda humanidade senão o fruto de encontros marcantes que colocam a vida em movimento? O Papa Bento XVI afirmou que “No início do ser cristão não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma pessoa, que dá à vida um novo horizonte e, com isso, a direção decisiva”(Carta Encíclica Deus Caritas Est, 1).
Às vezes nos perguntamos qual é a direção, por conde começar, já que a missão é tão grande. A partir do lugar e da realidade em que estamos inseridos: nossa família, nossa rua, nosso bairro, nossa paróquia, com os que estão ao nosso entorno, pois foi assim que Jesus iniciou o anúncio do Reino, Ele realizou um trabalho missionário no encontro singular no um a um.
Esse também foi o desejo de São Francisco de Assis, à semelhança de Jesus, ele nos ensinou a começar fazendo o que é necessário, ou seja, o que é mais urgente, depois seguir fazendo o que for possível e, então, logo estaríamos realizando o impossível.
As palavras de São Francisco de Assis – “quero”, “desejo”, “procuro” – são acrescidas de “com todo o meu coração”; isso quer dizer que é um convite a anunciar o Reino, mas de corpo e alma, fazer com muito amor, consumindo-se por uma causa que vale a pena, pois o que está em jogo é a salvação de quem anuncia e também de quem recebe o anúncio.
Como somos agradecidos, nós do Santuário São Francisco de Assis, da Arquidiocese de Curitiba (PR), por pertencermos a esse lugar que para nós é um refúgio de oração e de encontro fraterno. Gratos por termos São Francisco de Assis como modelo e inspirarão da caminhada cristã.
Gratos por estarmos ladeados pelo lindo bosque de São Francisco de Assis, que faz do espaço do santuário, um lugar convidativo à meditação por meio do silêncio e do contato com a natureza.
Nossa igreja foi dedicada em honra a São Francisco de Assis em outubro de 2018. É uma igreja nova, mas que carrega toda a história do franciscanismo. Além disso, no santuário pode-se visitar a relíquia com o sangue de São Padre Pio de Pietrelcina, um santo franciscano que recebeu os estigmas de Jesus Cristo à semelhança de São Francisco de Assis. Essa relíquia foi um grande presente trazido de San Giovanni Rotondo, Itália, doado ao santuário pelos irmãos do sacro convento onde viveu São Padre Pio. A relíquia fica permanentemente exposta para veneração pública do povo de Deus e inúmeras já são as bênçãos e milagres recebidos pela comunidade e pelos visitantes peregrinos.
Portanto, além de termos como padroeiro e inspiração de vida cristã São Francisco de Assis, o santuário possui um copadroeiro, São Padre Pio de Pietrelcina, que pelo seu testemunho de vida nos auxilia no entendimento de que, na caminhada para o Céu, deve-se todo dia tomar a própria cruz e seguir em frente.
Diz-se que na vida há um tempo para se encantar, desencantar e reencantar. É isso que eu espero, procuro e desejo de todo o meu coração para minha vida e a sua, caro(a) leitor(a), que nos reencantemos com o Reino e nos coloquemos na estrada em saída, porque há muito o que fazer, como disse São Francisco de Assis: “Sigamos em frente, porque até então pouco ou quase nada fizemos”.
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