O lendário Ridley Scott, diretor de clássicos como “Alien”, “Blade Runner” e “Gladiador”, acaba de lançar Perdido em Marte, seu mais novo filme de ficção científica. Scott é, sem dúvida, uma das maiores referências desse gênero no cinema e, dessa vez, não se limita a reproduzir padrões comuns de um usual thriller espacial, trazendo elementos novos e um ritmo mais dinâmico.
O astronauta Mark Whatney (Matt Damon), após sofrer um acidente, tem que se virar sozinho para sobreviver em Marte, contrariando todas as expectativas e a escassez de alimentos. Nesse aspecto, especialmente no início, Perdido em Marte nos remete ao filme “Gravidade”, destacando que o personagem viverá uma dura e longa jornada para voltar à Terra. De fato, como espectador, não há como não se colocar nas diversas situações difíceis em que Mark se encontra e pensar: “Eu não duraria um dia naquele planeta!”
É justamente nesse ponto que o filme cresce bastante em qualidade. Como cientista/biólogo, Mark usará de todo o seu conhecimento científico para prolongar sua sobrevivência, produzindo água através de reações químicas e plantando batatas no solo de Marte! O mais interessante é que toda a ciência utilizada no filme é explicada de forma muito simples, através de um formato “vlog”, como se o personagem conversasse conosco.
Além disso, na Terra, há um considerável esforço científico da NASA em criar as condições necessárias para que Mark possa se salvar. A colaboração da CNSA, agência espacial chinesa, com a NASA, mostrando o interesse comum de toda a humanidade em resgatar um ser humano perdido em outro planeta, é também notável.
Outro aspecto muito interessante em Perdido em Marte é a referência religiosa. Mark é um personagem incrivelmente persistente, cuja fé também vai sendo apresentada sutilmente ao longo da trama. Se a ciência é fundamental para garantir o maior número de dias possível em Marte, até que venham resgatá-lo, se não fosse sua fé, ele certamente não teria determinação e força para acreditar no seu retorno. O filme, inclusive, faz uma referência a um pequeno crucifixo, sem o qual Mark não teria feito a reação de combustão para criar água.
O considerável progresso que a humanidade alcançou através da expansão do conhecimento científico e do advento das novas tecnologias é ressaltado pelo Papa Francisco, em sua mais recente Encíclica Laudato Si (nº 102). Segundo o Santo Padre:
Somos herdeiros de dois séculos de ondas enormes de mudanças: a máquina a vapor, a ferrovia, o telégrafo, a eletricidade, o automóvel, o avião, as indústrias químicas, a medicina moderna, a informática e, mais recentemente, a revolução digital, a robótica, as biotecnologias e as nanotecnologias. É justo que nos alegremos com estes progressos e nos entusiasmemos à vista das amplas possibilidades que nos abrem estas novidades incessantes, porque a ciência e a tecnologia são um produto estupendo da criatividade humana que Deus nos deu.
Jamais nos esqueçamos que a Ciência e a Fé caminham juntas em benefício do ser humano, a fim de que este alcance a contemplação da Verdade. Perdido em Marte é a Ciência e a Fé aplicadas em prol da Vida!
Texto: Aleteia
Sinopse: O astronauta Mark Watney (Matt Damon) é enviado a uma missão em Marte. Após uma severa tempestade ele é dado como morto, abandonado pelos colegas e acorda sozinho no misterioso planeta com escassos suprimentos, sem saber como reencontrar os companheiros ou retornar à Terra.
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