De bem com a vida
24/01/2011O obsessivo
24/01/2011Por: Maria Helena Brito Izzo
Psicóloga e terapeuta familiar. Fonte: Revista Família Cristã
O corpo e a mente do ser humano são impregnados de energia. Trabalhando-a positivamente, ela funcionará como um imã: atrairá as coisas positivas. Mas o mesmo ocorre com a energia negativa. Não há dúvida de que o mundo inteiro atravessa uma fase ruim, e isso reflete na vida do indivíduo. Não se pode fugir da realidade. Tudo está difícil, tumultuado.
O medo, a angústia, a insegurança do amanhã tomam conta das pessoas e se constata a carga negativa existente no ar. Os meios de comunicação são também culpados disso, pois os noticiários fomentam o negativismo e o pessimismo. Mas será que nada de bom anda acontecendo? E só abrir a janela e olhar para fora: há céu, plantas, crianças, passarinhos e pessoas amadas. Por que não se apegar ao lado bom da vida, acreditando, tendo esperança, fé, e trabalhando?
O brasileiro, de modo geral, quer que o vizinho faça sacrifícios. Ele não. A mentalidade do querer levar vantagem sempre ainda está muito arraigada em todos. Por outro lado, falta Deus dentro das pessoas. Não um Deus etéreo, distante. Mas o Deus amor, caridade, compreensão, amizade, doação, alegria, espontaneidade, colaboração. Existe algo mais além desta matéria. Deus concede a vida ao homem para que cresça, amadureça, aprenda, evolua. Aproveita bem essa oportunidade quem quer e aquele que sabe usar sabiamente a sua liberdade. Lembro o exemplo do Natal: via-se todo mundo louco porque não tinha dinheiro para comprar os presentes costumeiros. Mas o aniversário não era de Cristo?
Quantos que se endividaram para fazer bonito no Natal, entraram em si, pararam por um instante e disseram: “Obrigado, meu Deus, por você ter vindo à Terra, por dar-me oportunidades todos os dias de crescer e ser feliz”? Quem pega as coisas por esse lado, consegue viver em paz, mesmo em meio ao medo, à instabilidade e à insegurança.
Percebe-se hoje que não existe mais responsabilidade, respeito, disciplina, caráter, moral. A ausência total desses valores é que está deixando esse mundo inabitável. Será que as pessoas ainda não perceberam que não é por esse caminho que se consegue a felicidade?
Á vida está difícil para todos. Mas nessa hora é que se deve arregaçar as mangas, acreditar, dialogar mais, olhar com maior freqüência o rosto das pessoas queridas, rir e jogar conversa fora. Olhar mais o lado bom da vida e não só o lado ruim. A melhor chance que a vida oferece a cada um é a de viver. Levantar cada manhã e dizer: “Obrigado, meu Deus. Tenho mais um dia para sonhar, lutar, usufruir, procurar”. Nem sempre dá certo, mas é uma forma de se enfrentar com coragem os embates do dia-a-dia. Cada um deve pensar: eu devo melhorar para que o mundo melhore, conscientizando-se de que pode ser um agente do bem.
As lutas e as dificuldades estão aí, fazem parte da vida, mas olhá-las com olhos de esperança e de otimismo ajuda a dar a volta por cima. Saber temperar dever com lazer, deixar o lado bom aflorar, acreditar na vida é tentar encontrar uma solução, unindo-se aos outros para a construção de um mundo melhor.
No ano-novo todos esperam que um milagre aconteça e as coisas mudem. Mas será que se não for mudada a postura de cada um diante dos acontecimentos, as coisas mudarão por si? Não. Nessa nova postura entra a vivência dos valores, dando tempo ao tempo para tudo acontecer na devida hora e lugar.
E preciso começar não somente o ano-novo com o pé direito, e sim todos os dias, cada um acreditando em si e nos outros, escolhendo melhor as amizades, equilibrando-se entre o dever e o lazer. Dinheiro é necessário, mas não é tudo na vida. Se fosse, os milionários seriam as pessoas mais felizes do mundo, e a História está aí provando que não é bem assim.