Diante de tantos desafios da ação evangelizadora hoje, a participação das famílias na vida de fé dos catequizandos e na Missa dominical é um deles. Acredita-se que a resposta para essa questão está na catequese superficial que tiveram e na compreensão errada sobre a finalidade da catequese etc.
Sendo assim, ao pensarmos na dimensão formativa dos fiéis, temos que voltar nosso olhar principalmente para as famílias. Sabemos que a Igreja defende e sempre defenderá a família como sendo o núcleo da sociedade, pois é justamente desse ambiente familiar que nascerão e crescerão na fé os novos fiéis, contribuindo, assim, com o anúncio do Reino de Deus, fazendo acontecer o “ide”.
A família é uma pequena comunidade, ou seja, a comunidade conjugal (cf. Catecismo da Igreja Católica, 2.201). Dessa forma, cada um de seus membros possui a mesma dignidade, com seus direitos e deveres comuns. É dentro da família que se começa a viver a Primeira Comunhão, ou seja, a Comunhão Eclesial (cf. Catecismo da Igreja Católica, 2.204). Entretanto, os pais sabem de sua missão e responsabilidade? Correspondem à vocação matrimonial? Possuem meios para educar os filhos?
A iniciação cristã dos filhos na fé é missão dos pais, missão essa que assumem como primeiros catequistas da Igreja doméstica. Assim, essa iniciação precisa ser pensada e repensada, apresentando as orações básicas e o amor de Deus para com seus filhos, fazendo com que as crianças criem um vínculo de afetividade com Deus e com seus pais.
Pensar numa catequese a partir da família é, também, pensar na via da afetividade, elemento importantíssimo nas relações. O ser humano capaz de dar e receber afeto se entende como um ser relacional, não individual nem totalmente independente do outro. A afetividade gera sentido às nossas relações, das mais próximas às mais distantes, ao mesmo tempo em que contribui diretamente para a construção dos vínculos afetivos numa visão para além do núcleo familiar.
A família precisará corresponder ao desenvolvimento da vida dos seus para que estes possam ser capazes de relações fraternas com a família maior, ou seja, a humana. Isso porque o ser humano é um ser de relação, que vive e depende do outro para se constituir como pessoa. As relações atuais estão cada vez mais fragilizadas porque muitos não conhecem nem a si mesmos, não se aceitam e não são capazes de acolher o diferente.
Dessa forma, a família e a Igreja devem caminhar juntas. É preciso pensar numa catequese com a família (Igreja e família) antes mesmo do Matrimônio, desvencilhando-nos da ideia de curso de noivos que se restringe apenas àquele momento.
Nosso livro Como pensar a catequese a partir da família busca corresponder ao apelo da Igreja nos dias de hoje por uma catequese permanente com interação entre fé e vida. Nele apresentamos reflexões e dicas de itinerários que ajudarão catequistas e demais pastorais a corresponderem à missão de catequizar as famílias.
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