Com a situação sanitária brasileira passando por um de seus piores momentos e a orientação para que as pessoas permaneçam, o máximo, possível, em isolamento social, recordamos que, ao longo da história, homens e mulheres viveram realidades parecidas e foram vítimas de pragas e epidemias.
Foi o caso de muitos santos e santas da Igreja Católica. Durante a praga de Cipriano do século III (famosa por matar mais de 5 mil pessoas por dia em Roma), os cristãos foram vistos correndo em direção aos pacientes, ansiosos para cuidar deles a qualquer custo, mesmo arriscando suas próprias vidas.
Em Alexandria (onde dois terços da população morreu), São Dionísio escreveu sobre os cristãos: “indiferentes ao perigo, eles cuidavam dos doentes, atendendo a todas as suas necessidades.”
Assim, muitos cristãos morreram cuidando dos enfermos em Alexandria que o grupo de heróis sem nome recebeu um dia de festa (28 de fevereiro). E eles são venerados até hoje como mártires.
Recordemos alguns destes santos e peçamos a eles que tenhamos bom senso e fé para enfrentarmos esse momento tão difícil.
SÃO ROQUE
(1295-1327)
Partindo da França, embarcou em uma peregrinação a Roma aos 20 anos, rezando durante todo o caminho. Quando ele chegou à Itália, descobriu um país devastado pela peste. Roque começou a cuidar dos doentes que encontrou (muitas vezes curando-os milagrosamente) até que ele próprio contraiu a doença. Sem conhecer ninguém, Roque se arrastou até uma floresta para morrer, mas um cachorro local trouxe comida e lambeu suas feridas até Roque se recuperar.
SÃO CARLOS BORROMEO (1538-1584)
Era cardeal quando a fome e a praga atingiram Milão. Embora a maioria dos nobres tenha fugido da cidade, o cardeal Borromeo organizou os religiosos que restavam para alimentar e cuidar dos famintos e doentes. Eles alimentavam mais de 60.000 pessoas por dia, em uma iniciativa custeada totalmente pelo cardeal, que se endividou para alimentar os famintos. Ele também visitava pessoalmente os que sofriam da epidemia e lavava suas feridas. Apesar de estar na linha de frente junto aos doentes, o bom cardeal foi poupado, tendo vivido outros seis anos depois do que seria chamada de “a Praga de São Carlos”.
SANTO HENRIQUE MORSE (1595-1645)
Nasceu protestante inglês, mas tornou-se sacerdote jesuíta e retornou à Inglaterra para servir secretamente. Grande parte de seu trabalho consistiu em servir às vítimas da peste, tanto no surto de 1624 como (depois que ele foi banido da Inglaterra, mas retornou secretamente) em 1635. Em 1635-1636, Morse contraiu a praga três vezes, mas se recuperou em todas. Quando ele foi capturado mais tarde, seu trabalho com as vítimas da grande peste foi reconhecido e ele foi libertado. Mas na segunda vez que ele foi capturado, não houve clemência, e Morse foi martirizado.
SANTA VIRGINIA CENTURIONE BRACELLI (1587-1651)
Era uma viúva rica quando eclodiu uma praga em Gênova. Ela abrigou muitos doentes em sua casa; ficando sem espaço, alugou um convento vago e construiu mais moradias. Embora a peste tenha terminado, o hospital de Virginia continuou atendendo centenas de pessoas doentes, e a ordem religiosa que Virginia fundou no meio de tudo isso continua até hoje.
BEM-AVENTURADO PETER DONDERS (1809-1887)
Foi um padre redentorista holandês que serviu no Suriname por 45 anos. Ele lutou pelos direitos das pessoas escravizadas, evangelizou os indígenas e cuidou dos doentes durante uma epidemia. Ele passou suas últimas três décadas de vida servindo em uma colônia de leprosos e advogando junto às autoridades para obter melhores cuidados para seu povo.
SÃO JOSÉ BROCHERO (1840-1914)
Foi um padre argentino. Imediatamente após sua ordenação, pe. José cuidou dos doentes durante uma epidemia de cólera e saiu ileso. Então, para servir seus paroquianos, ele construiu 250 quilômetros de estradas e conectou sua paróquia com serviços de correio, telégrafo e uma linha ferroviária. No final de sua vida, ele contraiu hanseníase e começou a ficar cego. Ele passou mais de 40 anos servindo como padre, enfermeiro, carpinteiro e trabalhador da construção civil.
SANTA MARIANNE COPE (1838-1918)
Atendeu ao chamado do rei do Havaí para trazer suas irmãs ao Havaí e servir os leprosos ao lado de São Damião de Molokai. Embora muitos temessem que a doença fosse extremamente contagiosa, Marianne garantiu às irmãs que nenhuma delas a contrairia. Por meio de rígidas práticas de higiene e muita disciplina, as Irmãs trabalharam com os leprosos de Molokai por quase um século, sem que nenhuma delas contraísse a terrível doença.
Com informações do site Aleteia
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