Pela escuta da Palavra de Deus sentimos que podemos dar um passo novo na fé que recebemos no Batismo. A liturgia da Palavra lembra-nos que Deus é “o rochedo que nos salva” (Sl 94,1). Por isso “Ao seu encontro caminhemos com louvores e com cantos de alegria o celebremos (…). Ele é o nosso Deus, nosso Pastor, e nós somos o seu povo e seu rebanho, as ovelhas que conduz com sua mão” (Sl 94, 2.7). O “Deus dos hebreus” (Ex 3,18), que como um pastor caminhava com o povo, era a “Rocha” da qual saiu a água que os israelitas foram convidados a beber. É dessa “Rocha” (cf. Ex 17,6) que sai “água viva”, que sacia a sede de vida, de infinito e faz todos renovarem suas forças para prosseguir seu caminhar.
O Evangelho apresenta o encontro de Jesus com a samaritana junto ao poço de Jacó. Esse poço era símbolo da lei de Israel. Ir ao poço significava buscar a Lei para orientar a vida. A presença de Jesus junto ao poço indica que, a partir desse momento em diante, não deveriam mais beber daquela água, ou seja, da lei de Moisés, pois ela já estava superada. Jesus se apresenta como a fonte de “água viva”, dizendo à mulher samaritana: “Todo aquele que bebe desta água terá sede de novo. Mas quem beber da água que eu lhe darei, esse nunca mais terá sede, porque a água que eu lhe der se tornará uma fonte de água que jorra para a vida eterna” (Jo 4,13-14). A mulher, que não tem nome, representa toda a humanidade, a qual possui sede de Deus, por isso, ela disse a Jesus: “Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede” (Jo 4,15).
O Evangelho nos mostra que o diálogo de Jesus com a samaritana junto ao poço a fez descobrir Jesus. Isso revela a importância do nosso encontro com Ele, no nosso poço, ou seja, na comunidade, na Igreja, para aí fazer o que fez a samaritana, descobrir Jesus. Ao compreender que era Jesus que estava conversando com ela, a samaritana fez a opção por Ele, dizendo “Senhor, dá-me dessa água” (Jo 4,15) e, desse momento em diante, ela se tornou missionária de Jesus: “Deixou o cântaro e foi à cidade” (Jo 4,28) anunciar Jesus e seu projeto aos habitantes.
A pedagogia de Jesus foi de uma beleza inigualável: Ele tornou aquela samaritana discípula missionária e ela acolheu a proposta dele, tornando-se missionária. É isso que Jesus quer de nós: que também nos tornemos seus discípulos missionários, portanto, que o nosso encontro com o Ressuscitado fortaleça nossa opção por Ele e nos desperte para a missão de anunciá-lo em qualquer lugar onde nos encontrarmos.
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