Na parte norte da Terra Santa se estende a pitoresca cordilheira do Carmelo. Durante o Antigo Testamento, nove séculos antes de Cristo, o profeta Elias viveu e trabalhou aqui (ver 1 Reis 17, 1-2; 1 Reis 2, 13). Queimando de zelo pela glória do Senhor dos exércitos, ele lutou contra a adoração idólatra do ídolo de Baal e, vivendo em pureza, simplicidade e pobreza, buscou a presença do Deus vivo. Ele encontrou essa presença na oração e na experiência de grande silêncio (1 Reis 19, 9-14). Ele se tornou o mesmo modelo para as gerações futuras de religiosos – pessoas que queriam encontrar paz de coração na fonte da presença de Deus.
O paradeiro de Elias atraiu os primeiros eremitas como um ímã, começando no século IV depois de Cristo. Eles desejavam à imagem do profeta de Deus, na solidão e desapego das coisas deste mundo, estar ansiosos pela glória de Deus e pela salvação de outros. Logo as primeiras comunidades de monges bizantinos foram formadas no Monte Carmelo. As cruzadas começaram um novo período na história do monaquismo palestino. Muitos cruzados e peregrinos, encantados com a beleza de Carmelo, decidiram abandonar a armadura do cavaleiro e a bengala do peregrino para vestir armadura espiritual, pegar uma bengala de abstinência e iniciar uma nova luta – para conquistar a Jerusalém celestial.
Foi assim que a Ordem Carmelita nasceu na virada dos séculos XII e XIII. A primeira igreja erigida pelos eremitas foi dedicada à Mãe de Cristo, e os próprios eremitas começaram a ser chamados Irmãos da Bem-aventura Virgem Maria do Monte Carmelo, em suma os Carmelitas. Como sinal distintivo externo, usavam hábitos cardados marrons e casacos listrados (convertidos em branco (pérola) no final do século XIII). Então, os fiéis à Igreja voltaram por volta de 1209 para Santo Alberto Jerusalém, então um patriarca latino na Terra Santa, com um pedido para aprovar seu estilo de vida escrevendo as páginas da Regra Primária.
A derrota das cruzadas e a reocupação da Terra Santa pelos muçulmanos forçaram uma proporção significativa de Carmelitas a emigrar para a Europa. Os que permaneceram foram martirizados. No entanto, aqueles que partiram para países europeus logo fundaram novos mosteiros em todo o continente. Na Europa, no entanto, os Carmelitas, como monges desconhecidos do Oriente, encontraram um mal entendido sobre seu estilo de vida. Houve uma voz subindo de muitos lugares para proibir a Ordem de continuar suas atividades. Naquela época, de acordo com a antiga mensagem Carmelita, a própria Santíssima Virgem Maria veio ajudar, onde, apareceu na noite de 15 para 16 de julho de 1251. O Padre Geral da Ordem, estava orando pelo resgate da Ordem foi com o Santo Padre Geral, Simão Stock, a Santíssima Virgem promete ajuda e, apontando para o escapulário, parte do hábito religioso, disse: “Filho amado! Aceite o escapulário do seu pedido. Um privilégio para você e os Carmelitas. Quem morrer nela não conhecerá o fogo eterno. Este é o sinal da salvação, resgate em perigo, convênio de paz e compromisso eterno”. A Ordem dos Irmãos Carmelitas, como prometido, foi finalmente aprovada pela Santa Sé, e o serviço escapular tornou-se comum em toda a Igreja.
Jovens piedosas começaram a se orientar espiritualmente com os Padres Carmelitas e, reunidas em comunidade, buscavam viver a espiritualidade do Carmelo.
Uma vez aprovado pelo Sumo Pontífice, a Venerável Ordem Terceira do Carmo, Soreth trata de lhe dar uma regra de vida, em 1455. Essa regra era verdadeiramente um extrato da Regra dos Carmelitas, adaptado aos leigos que abraçavam a vida carmelita no mundo.
É o Beato João Soreth, 25º Geral da Ordem, que os agrega na forma duma Ordem Terceira Secular, aprovada pelo Papa Nicolau V, em 1452 um documento com o título Bula Cum Nulla.
Esta regra do Beato Soreth, a primeira dada aos Terceiros Carmelitas, é admirável pelo espírito que a anima. É a perfeição evangélica vivida no seio da família e na sociedade.
A regra soretheana regista mais um marco áureo na História da Ordem. Dessa data em diante, a Ordem Terceira estender-se-á rapidamente por toda a Europa e chegará ao Brasil a partir das missões carmelitas, numa floração magnífica de santidade.
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