O Brasil celebra neste 5 de agosto o Dia Nacional da Saúde, a data marca o nascimento do médico sanitarista Oswaldo Cruz, um dos principais responsáveis pelas erradicações de várias doenças epidêmicas no Brasil no início do Século XX e mentor dos maiores centros de estudos virais do Brasil, Fundação Osvaldo Cruz-FIOCRUZ.
A data passou a ser celebrada no Brasil em 1967 como uma forma de homenagear aos que se dedicam à educação sanitária em prol da saúde. Esta celebração se faz ainda mais importante, neste momento, em que o mundo está vivendo com a pandemia da Covid-19, que teve início em 31 de dezembro de 2019, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi alertada sobre vários casos de pneumonia na cidade de Wuhan, província de Hubei, na República Popular da China.
De acordo com o coordenador nacional da Pastoral da Saúde da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Alex Gomes Mota, a f finalidade dessa data é conscientizar a população brasileira sobre a importância da educação sanitária, despertando o cuidado com a saúde pessoal e coletiva na prática de hábitos saudáveis de saúde que vai além da ausência de doenças, e é adquirido com o equilíbrio entre os fatores físicos, psíquicos e sociais.
Para o bispo de Campos (RJ) e referencial da Pastoral da Saúde da CNBB, dom Roberto Ferreria Paz, duas atitudes seriam essenciais para celebrar o Dia Nacional da Saúde: sair da pandemia garantindo a vacinação da população e a efetivação de políticas públicas que garantam saúde e estilo de vida aos cidadãos no pós-pandemia.
“Sair da pandemia é a primeira atitude. Queremos superar a metade da população que não foi vacinada ainda com a primeira dose e garantir a segunda dose para quem ainda não recebeu. Temos muito atraso na vacinação. Nos preocupa também a recuperação das pessoas que foram entubadas, que saíram dos hospitais e não tem atendimento para as sequelas, especialmente, aquelas também de natureza psicológica, mental. A segunda atitude é em relação a superação da pandemia e pensar no pós-normal, isto é, pensar e efetivar medidas que estão relacionadas com políticas de saúde e estilo de vida. Quero pensar em um desenvolvimento sustentável que cuide da Casa Comum, quero também trazer o problema da água, o problema do saneamento básico, da energia limpa. Então, tem muita coisa que precisa acontecer em nosso país para construímos uma saúde digna, um sistema sanitário mais viável. Enquanto isso não acontece, temos que defender o SUS com unhas e dentes por aí, assim celebramos bem com consciência o Dia Nacional da Saúde”, disse.
De acordo com a lei 8.080 de 1990, a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. A lei também enfoca que, para ter saúde, alguns fatores são determinantes, tais como a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais.
De acordo com a Pastoral da Saúde, o Brasil vive a maior crise sanitária, econômica, social, ambiental e política. Principalmente na saúde estruturante, que aos longos dos anos vem sofrendo com os cortes de recursos atrelando a falta de condições de trabalho aos profissionais de saúde.
“Ansiedade, síndrome do pânico, nervosismo, insônia, medo, frustração, fadiga e conflitos interpessoais. Esses são alguns dos sentimentos dos profissionais da saúde que estão na linha de frente de combate à covid-19. Sabemos que a tua responsabilidade, bem como a tua coragem, é muito grande. Nós da pastoral temos muito orgulho e somos muito gratos a cada profissional da saúde que doa seu tempo, seus conhecimentos, seus sentimentos e suas melhores energias para salvar vidas”, ressalta Alex.
Dom Roberto lembra ainda, nesta data, o trabalho dos Conselhos Municipais, Estaduais e Federal de Saúde na articulação para garantir a agilidade no processo do Plano Nacional de Vacinação e saudou os profissionais da saúde que estão, desde o início, na linha de frente.
“Gostaria de ressaltar os profissionais da saúde, especialmente, na primeira etapa da pandemia. Temos um testemunho de heroísmo e presença, inclusive, um despertar da profissão médica que teve o tempo todo no atendimento próximo ao paciente, muitas vezes em jornadas realmente extensas, extremamente desgastante e tendo que lidar com um número alto de óbitos, falta de equipamentos, insumos, mas não desanimaram. Lembro também dos enfermeiros, técnicos de enfermagem, farmacêuticos, maqueiros, administradores dos hospitais e os capelães que ficaram intercedendo e atendendo os profissionais de saúde”, disse.
Para o coordenador nacional da Pastoral da Saúde, Alex Mota, o trabalho de articulação da pastoral tem o nobre propósito de sensibilizar e conscientizar ao Povo de Deus, a comunidade dos agentes sanitários e instituições da Saúde, visando aprimorar e qualificar o atendimento aos doentes, apresentando o Evangelho do sofrimento numa dimensão redentora e Pascal, defender o valor da dignidade da vida e os direitos do doente, despertar vocações e modalidades de voluntariado e envolver todas as instâncias da sociedade e da Igreja propiciando uma aliança de cuidado da vida.
“Nós todos estamos vivendo um momento que, enquanto seres humanos, nos deixa bastante frágeis. Mas, não percamos a esperança de uma saúde com dignidade”, ressalta Alex.
Conheça aqui a trajetória do médico dedicado à ciência
FONTE: CNBB
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