Agosto é tradicionalmente conhecido no Brasil como sendo o mês vocacional. Muito já se faz pelas vocações em nosso país, mas penso que mais ainda se poderia fazer. Iniciativas simples como uma oração semanal pelas vocações na sua comunidade eclesial pode despertar a consciência de que todos somos chamados. Tome a iniciativa! Organize um grupo de intercessores(as) pelas vocações. Neste Ano da Misericórdia gostaria de olhar para cada um dos chamados sob essa ótica.
Vocacionados ao sacerdócio misericordioso: o mundo necessita, mais e mais, de sacerdotes à imagem de Jesus, o Bom Pastor. No dizer do Papa Francisco, que partam pelas ruas em busca das ovelhas perdidas. Que nossos fiéis possam sentir no padre de sua comunidade o rosto encarnado da misericórdia do Senhor, que acolhe, perdoa, orienta, organiza, dá-se pelo rebanho. Roguemos sempre mais ao dono da messe que mande operários para a sua colheita com esse perfil: sacerdotes que vivam a máxima de que “maior é aquele que serve”.
Religiosos “por e para” a misericórdia: em sua entrega total a Cristo, que lhes chamou, cada religioso e religiosa torna-se um exemplo vivo de alguém que, em sua vida, já experimentou a misericórdia do Senhor em sua própria existência. Seu viver fraterno e evangelizador é um convite constante também a outros batizados para que vivam para e pelos demais os valores do Evangelho. Portadora de um anúncio existencial que vai contra os valores de um mundo sem Deus, a vocação religiosa é, por excelência, uma vocação às obras de misericórdia para os irmãos e irmãs necessitados por meio dos mais diferentes carismas.
Chamados a um amor misericordioso: e o que dizer daqueles e daquelas que são chamados à vida matrimonial, familiar? Sua santidade consiste justamente em uma vivência da misericórdia primeiramente dentro do lar e, por extensão, na sociedade como um todo. Com todos os desafios que a família humana enfrenta nos dias atuais, formar casais verdadeiramente cristãos significa encaminhá-los para a santidade conjugal e familiar feita misericórdia, serviço, renúncia, afeto, fidelidade, proximidade dentro de casa, sal e luz no meio do mundo.
Discípulos missionários da misericórdia: que cada vocação leiga na Igreja possa ser, essencialmente, missionária e misericordiosa. Que cada batizado e batizada possa tornar-se próximo daqueles que sofrem, com uma mensagem de esperança, justiça e misericórdia. Que leigos e leigas nas diferentes pastorais, movimentos e associações possam sair de si mesmos e, no dinamismo missionário, testemunhem o misericordioso Senhor que, também eles, já descobriram em suas próprias vidas.
Possamos rezar pelo chamado e perseverança de cada vocação. Neste mês, de um modo especial, viva-se um clima de despertar vocacional, para que o Evangelho de Cristo chegue aos confins de toda a terra.
Lembremos do que o Evangelho nos ensina: “Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, e curando todo o tipo de doença e enfermidade. Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!” (Mateus 9,35-38)
Por Pe. Sérgio Jeremias de Souza
Texto adaptado da edição de agosto. Para ler os conteúdos na íntegra, clique aqui e assine a Revista Ave Maria.
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